Marketing: Como as redes sociais podem fazer mais pelo seu dinheiro

Abril 7, 2011 by  
Filed under Notícias

Veja como pode fazer do Twitter e do Facebook os seus fiéis consultores de investimento e gerar ganhos para a sua carteira.

Há escritores que dizem que elas não se conseguem exprimir. Há pintores que dizem que elas são intermináveis. Mas nos mercados financeiros o que todos querem saber é o que elas querem dizer e qual o impacto que elas, as emoções, têm na evolução das bolsas. E os investigadores e investidores têm agora um aliado de peso para as quantificar as emoções e tirarem partido dos ziguezagues dos mercados: as redes sociais.

Além de fornecerem aos investidores comentários de especialistas em cima do acontecimento e de facilitarem o acesso e a rapidez a informação essencial para os investidores (ver caixas), os investigadores estão a utilizar as redes sociais como o Twitter, por exemplo, para perceber qual é o sentimento do mercado. Para um pequeno investidor, por exemplo, estas redes permitem aceder às perspectivas de mercado de alguns dos economistas mais influentes no mundo, como Nouriel Roubini (@nouriel).

Mas a mais-valia não se fica por aqui e já há casas de investimento a colocar as redes sociais a jogar a favor das suas carteiras. Isto porque vários estudos comprovam que as mudanças no sentimento dos utilizadores das redes sociais indicia alterações no rumo dos mercados, que podem ser utilizadas para fazer dinheiro nas bolsas.

“A medição do sentimento no Twitter pode prever o sobe-e-desce do Dow Jones Industrial Average com um avanço de três a quatro dias. Claramente, este tipo de informação pode ser alavancada para ganhar uma vantagem”, referiu ao Diário Económico o professor da Universidade de Indiana, Johan Bollen. O investigador é, juntamente com mais dois professores da Universidade de Manchester, um dos autores do estudo “Twitter Mood prevê os mercados de acções”, divulgado no final do ano passado.

Os investigadores criaram um modelo que contemplava seis emoções e mediram o sentimento dos utilizadores no ano de 2008, utilizando quase dez milhões de ‘tweets’. Em 87% das vezes, os dados retirados do Twitter sinalizaram inversões futuras no mercado. Agora, o programa destes investigadores irá ser utilizado por um ‘hedge fund’ britânico, o Derwent Capital, que terá a ‘mood’ do Twitter como o principal factor de decisão para fazer os seus investimentos. O fundo também utilizará informação proveniente do Facebook.

Mas mesmo para os investidores que não tenham acesso a estas máquinas de processar, analisar e quantificar a tendência de milhões de ‘tweets’, as redes sociais são uma ferramenta que se pode revelar valiosa. “Pode ser usado como uma ferramenta de comunicação e decisão: comunidades de ‘traders’ podem trocar notícias, sugestões e mesmo organizar sondagens sobre quais recomendações levaram a maiores ganhos”, explica .

Dois professores da Universidade do Illinois realizaram uma experiência semelhante mas com base em ‘posts’ colocados numa rede social, o LiveJournal. Apesar de não estarem relacionados com sentimentos de mercado, os autores chegaram à conclusão que as emoções quantificadas nos 20 milhões de mensagens analisadas indicava mais consistentemente os pontos de inversão dos mercados que as notícias de jornais. “Uma das razões para que haja nova informação é porque a ela deriva de meios fora do círculo financeiro. Provavelmente o mercado já incorpora nos preços a informação vinda dos círculos financeiros, mas talvez não incorpora a informação vinda de outros lados, como a ‘social web”, conclui o estudo.

Uma das ferramentas mais utilizadas pelos fundos quantitativos ou pelos grandes investidores são programas que demonstram o sentimento dominante nas notícias publicadas. Muitas vezes, os resultados são executados por programas de computador sem intervenção humana, o que pode levar a resultados bizarros. “O conceito de ler o sentimento das multidões não é novo. O que é novo é a ideia de utilizar o Twitter em vez de complicados motores de busca que analisam notícias”, referiu Will Duff Gordon, analista da Data Explorers, entidade que compila dados financeiros.

Dicas de investimento no Twitter

@StockTwits – Seguidores: 199.204
O “StockTwits” consiste numa comunidade de milhares de utilizadores e investidores de todo o mundo que partilham informação sobre os mercados. É uma espécie de Bloomberg para pequenos investidores e ideal para saber qual o tema mais quente do momento nas bolsas.

@jimcramer – Seguidores: 204.722
O twitter de Jim Cramer, uma estrela da televisão norte-americana, é a continuação do seu lendário programa “Mad Money” onde Cramer recomenda comprar e vender acções. Os seus utilizadores podem contar com várias dicas de investimento sobre títulos cotados nas bolsas norte-americanas.

@StockJockey – Seguidores: 4.836
No vocabulário dos mercados financeiros um “stock jockey” consiste num investidor que negocia activamente no mercado. O twitter deste ‘trader’ é isso mesmo: um conjunto de várias dicas por dia e que promete “estar um passo à frente do mercado”. O “1440WallStreet.com” é o sítio do dono deste ‘twitter’.

@timothysykes – Seguidores: 11.264
Timothy Sykes vive em Nova Iorque e é professor e ‘trader’ por conta própria. Os seus ‘tweets’ focam quase sempre ‘penny stocks’ (acções que transaccionam abaixo da unidade). Sykes tem uma grande reputação no mercado por proporcionar boas ferramentas de selecção de acções junto dos pequenos investidores.

@BuyOnTheDip – Seguidores: 6.198
Chris vive em San Diego e é o autor do twitter “BuyOnTheDip”. Através dos ‘tweets’ de Chris os investidores podem contar com dicas práticas de investimento na gestão da sua carteira, com alguns conselhos úteis e estratégias colocar em prática na negociação de acções e opções financeiras.

Indicadores de previsão

– “ISE Sentimento Index” (ISEE): Índice desenhado em 2005 pela International Securities Exchange (ISE), que reflecte as posições abertas pelos investidores em opções de compra e de venda, permitindo assim antecipar o movimento futuro dos mercados.

– Bank of America Merrill Lynch Survey: Inquérito realizado pelo Bank of America Merrill Lynch Survey a vários gestores de fundos sobre as suas perspectivas para a economia e para os mercados.

– Google Trends: Ferramenta do Google que permite medir a popularidade das palavras pesquisadas pelos cibernautas no popular motor de busca, permitindo identificar os “temas mais quentes” do momento.

Fonte: Económico



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