Marketing: Crise e falta de oportunidades levam jovens portugueses a ‘fugir’ para os EUA

Abril 26, 2011 by  
Filed under Notícias

A crise e falta de oportunidades em Portugal foram os elementos motivadores para que três jovens abandonassem o País e escolhessem os Estados Unidos para começar uma nova vida.

João Santos Matos é jornalista. Chegou aos Estados Unidos há sete meses já com a certeza de um posto de trabalho que em Portugal deixou de ter. Vê a América do Norte como o “país das oportunidades”, numa altura em que trabalhar na área se tornou “complicado”.

“Num momento em que a maioria das empresas de media trabalha maioritariamente com estagiários não remunerados, deparei-me com duas opções: ou mudo de profissão para sempre ou mantenho vivo o meu espírito de jornalista, mas noutras paragens”, explica à Agência Lusa.

Licenciado em Ciência Política em Lisboa, João passou por dois grupos de media portugueses sempre ligado ao jornalismo automóvel, até que por “alegados cortes financeiros” a Motorpress Lisboa procedeu a “um despedimento colectivo”.

Foi por iniciativa própria que entrou em contacto com diversos meios de comunicação no estrangeiro acabando por ter um ‘feedback’ “positivo” do diário português 24horas de Newark, perto de Nova Iorque.

Apesar das saudades, o regresso “não faz parte dos planos futuros”. A percepção do Estado do país é-lhe dada pela informação dos meios de comunicação e pelo que os amigos e familiares descrevem.

Também Sónia Barros, outra jovem emigrante há quatro meses nos Estados Unidos, considera que “o país está numa situação muito complicada”, o que a faz adiar o regresso.

“Quero voltar, mas não para já. Estou à espera que a situação melhore. Se isto continua assim, não sei como vou fazer”, diz a jovem ‘bartender’ que vive perto de Nova Iorque.

A jovem de 22 anos não encontrava trabalho depois de ter tirado um curso profissional de desenhadora projectista. O “potencial” dos Estados Unidos e a procura de uma vida melhor motivaram a escolha de Sónia.

As condições de Paulo Cunha são outras. Nascido nos Estados Unidos, regressou a Valença com quatro anos de idade. Vinte anos depois, optou por voltar ao país que lhe deu a cidadania. Em Newark, tem familiares e oportunidades que os estrangeiros não encontram.

“O cartão verde traz oportunidades que outros não têm. Posso trabalhar em empresas norte-americanas sem problemas”, explica.

Em Portugal, trabalhava como distribuidor de gás, mas o ordenado era insuficiente. A “vida melhor” que procurava nos Estados Unidos acabou por se revelar “diferente”.

“Estou cá há três meses e por enquanto não se trata bem do que esperava, mas espero que com o tempo melhor”, reconhece Paulo Cunha.

A hipótese do regresso também está afastada “para já”, até porque em Portugal o ordenado era insuficiente e Paulo era obrigado a viver com os pais, com uma idade em que quer “ser independente”.

“Se me correr bem aqui, não volto. Apesar das saudades, não penso regressar em breve. Lá estava a receber pouco e foi por isso que optei voltar para os Estados Unidos”, acrescenta.

Em comum, não têm apenas a juventude e os motivos para emigrar. Num país separado por um oceano de casa, partilham também uma certeza: o regresso, para já, está fora de questão.

Fonte: Económico



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