Marketing: Crise chama moda low cost. Marcas respondem

Abril 16, 2012 by  
Filed under Notícias

Poupar está na moda. Literalmente. A crise relançou a necessidade de procurar roupa com estilo mas a preços baixos, e as marcas já perceberam que este é um mercado em que terão de apostar daqui para a frente.

Não é por acaso que as marcas mais acessíveis conquistam cada vez mais quota de mercado. Da Primark à C&A ou à H&M, as marcas mais acessíveis reportam aumentos de faturação quando o consumo privado está em queda. Por exemplo, a H&M reportou um aumento de 1,8% nas vendas em Portugal, durante o primeiro trimestre fiscal deste ano: atingiu os 25 milhões de euros. Durante estes três meses, não fechou nenhuma loja da sua rede no nosso país.

A C&A ainda não divulgou números do ano 2011/2012, mas no ano fiscal anterior aumentou a sua quota de mercado em Portugal dos 4,3 para os 5,6%. A faturação cresceu 3,6% para 137,8 milhões de euros. Presente no nosso país desde 1991, já vai com mais de 40 lojas em Portugal. Tem prevista a abertura de 90 a100 novas lojas a nível mundial no ano fiscal de 2011/2012.

A Primark estreou-se em Maio de 2009 no nosso país e acabou 2011 com cinco lojas. Não divulga valores, mas assegura estar «muito satisfeita» com a aceitação em Portugal e admite que o negócio está a «superar todas as expetativas». E há a promessa de abrir mais lojas este ano.

Preços cada vez mais baixos

Marcas como estas têm apostado cada vez mais no fator preço para se afirmarem no mercado. Por exemplo, a C&A lançou há cerca de um ano a coleção «Fashion Star», uma coleção mais barata que o habitual. No primeiro ano, a coleção tinha um preço médio por peça de 7,50 euros. No segundo ano, o preço médio baixou cerca de 20% para seis euros e mais de metade da coleção está à venda por menos de nove.

Também a espanhola Mango decidiu apostar no preço para contrariar a queda do consumo e cortou os preços da coleção Primavera/Verão. O corte foi de 20%.

A tendência não é um exclusivo de Portugal, nem sequer da Europa. Um pouco por todo o mundo, a crise dos últimos anos obrigou os amantes de moda a abrirem mão do luxo e apertarem os cordões à bolsa. E descobriram que, mesmo com pouco dinheiro, podem vestir-se bem.

Moda barata conquista classes altas

E esta nova moda não é um exclusivo das classes mais baixas. Da realeza europeia à primeira dama norte-americana, todas as mulheres que fazem capa de revistas se renderam às evidências: o preço não faz a elegância.

Por exemplo, a princesa Letizia das Astúrias costuma aparecer com peças das marcas espanholas mais acessíveis, da Zara à Mango. E está longe de ser caso único. Kate Middleton, Mary da Dinamarca, Mette-Marit da Noruega e Máxima da Holanda são outros exemplos de real utilização de roupa low cost. Victoria da Suécia recorreu também, durante a sua gravidez, às peças da conterrânea H&M. A mesma marca que usou Michelle Obama quando apareceu no programa «Today Show».

Karl Lagarfeld teve o seu primeiro contacto com a moda de baixo custo em 2004 quando desenhou a coleção para a H&M. A coleção foi um sucesso, com algumas peças a esgotarem em horas. Foi uma experiência a repetir para as duas partes: a marca sueca tem apostado em coleções assinadas por grandes nomes, da moda e não só. Karl Lagarfeld foi o primeiro, mas desde então muitos se sucederam, de David Beckham a Madonna, da Versace a Agatha Ruiz de la Prada.

O estilista que ficou associado à marca Chanel, decidiu agora, aos 78 anos, lançar a sua própria linha de «baixo custo» (mais baixo que Chanel ou Fendi, mas ainda longe dos bolsos dos clientes de marcas como a H&M ou a Zara), chamada Karl.

Fonte: Agência Financeira



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