Marketing: Como manter uma equipa motivada e crescer em tempos de crise

Abril 18, 2012 by  
Filed under Notícias

Com a crise económica a afetar toda a sociedade, as empresas têm de se reinventar. A adoção de um sistema de gestão eficaz é fundamental. Isabel Viegas, professora na Universidade Católica de Lisboa explicou ao Dinheiro Vivo como podem as empresas aproveitar melhor o trabalho dos funcionários e como podem crescer, mesmo quando a economia não é a mais produtiva.

Num momento de crise como o atual, a pressão está do lado das empresas. O que podem fazer os empresários para aumentar a produtividade?
“Considero que os modelos de gestão por objetivos são os que melhor otimizam resultados, sobretudo em momentos difíceis, como o que atravessamos. São modelos que garantem o alinhamento dos Colaboradores com as metas de negócio estabelecidas, que melhor focam os Colaboradores nos objetivos estabelecidos. Diminuem fatores “políticos” e centram-se nos resultados a atingir.

Portanto, investir em implementar uma gestão por objetivos é uma boa decisão. Para o fazerem, as empresas têm de estar conscientes que estes modelos são mais eficazes quando assentes em 3 pilares:

a) Saber estruturar objetivos: todos achamos que sabemos escrever objetivos, mas a realidade é bem diferente. Pergunto quem conseguirá avaliar o cumprimento de um objetivo assim estruturado como “Melhorar o atendimento nas lojas”…
b) Ter muito sólidos instrumentos de seguimento: se não formos pilotando o que alcançamos, não podemos ajustar trajetórias…
c) Saber avaliar com transparência e verdade: reforçar bons desempenhos e assumir resultados menos bons
d) Reconhecer e recompensar os bons resultados. Não falo apenas de salários ou de prémios monetários, mas descuidar a recompensa quando se está num modelo de gestão por objetivos é usar pela metade o potencial destes modelos.”

O rendimento das equipas por vezes não é controlado nem potenciado. O que pode ser feito a este nível?
“Nós estamos a viver tempos em que o contributo de cada um dos colaboradores de uma empresa deve contar para o resultado do negócio gerado. Por isso é tão importante ter mecanismos de medição do contributo de cada um dos membros de uma empresa.

Ao líder compete conhecer cada elemento da sua equipa e criar as condições para que cada um contribua com o que de melhor tem para dar à empresa. Depois, compete-lhe fazer o seguimento, avaliar e, por fim, reconhecer ou recompensar os resultados alcançados por cada um.”

Pode e deve controlar-se o trabalho realizado?
“Monitorizar o progresso é fundamental nos modelos de gestão por objetivos. É um dos pilares. Os instrumentos de seguimento permitem ao colaborador, sabendo previamente o que a empresa espera de si num determinado período, ir controlando o seu grau de execução dos seus objetivos. E permitem aos responsáveis ter menos surpresas no final do ano.”

Como se podem alinhar os objetivos das empresas ao trabalho realizado?
“É exatamente este alinhamento que a gestão por objetivos garante. A comunicação tem aqui um papel muito importante e é por isso uma das competências críticas dos líderes.

Se soubermos todos para onde vamos e sobretudo onde e quando queremos chegar, estamos em condições de rumar todos no mesmo sentido e ir avaliando os ganhos e os desvios entre o que queremos e o que temos… É por isso que ter robustos e consistentes instrumentos de controlo é tão crítico na gestão por objetivos.”

Este trabalho está na mão dos gestores?
“Claro. Criar uma cultura de foco em resultados, de meritocracia, dar exemplos de coerência entre o que diz e as decisões que toma, criar múltiplos momentos para comunicar o que espera de cada um dos elementos da sua equipa, ser objetivo e transparente na avaliação dos resultados, são tudo tarefas e responsabilidades do gestor.”

A motivação é indispensável para um bom rendimento empresarial. O regime de recompensas pode ser uma alternativa?
“O reconhecimento e a recompensa é o 3º pilar que apontei para tirarmos o melhor partido dos sistemas de gestão por objetivos.  Para não desacreditar a gestão e potenciar climas de ambição, as empresas têm de desenvolver cada vez mais sofisticados modelos de reconhecimento dos seus colaboradores e equipas.

É hoje uma das áreas de maior preocupação, pois ter afinado o binómio prémio / motivação é difícil e exige aprendizagem. As empresas não devem gastar dinheiro em prémios que não motivam. É deitar dinheiro fora. Por isso aprender e trabalhar nos mecanismos de reconhecimento que optimizam a motivação – tangíveis e não tangíveis – é hoje fundamental.”

Estas técnicas ensinam-se?
“Sim. Existem programas de formação onde estas matérias são abordadas e aprendidas. Estes programas podem ser excelentes “aceleradores” na implantação do modelo nas empresas.”

Como classifica o trabalho realizado pelas empresas portuguesas a este nível?
“Temos hoje boas empresas a trabalhar em modelos de gestão por objetivos. Talvez algumas delas pudessem tirar mais partido do potencial que estes modelos têm. O essencial é a cultura do mérito, do contributo individual ou de equipa, do foco nos resultados estar interiorizada.”

Numa altura em que as empresas procuram cada vez mais a internacionalização, este tipo de trabalho pode tornar-se uma mais valia?
“Eu diria  que a gestão por objetivos é uma filosofia de gestão que se ajusta a qualquer contexto. O que reforçaria é que em tempos difíceis, tudo aponta para ser um excelente auxiliar contra desperdícios de todos os âmbitos, a favor de melhores níveis de eficiência e resultados.”



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