Marketing: O que há de diferente nos novos escritórios?

Março 14, 2011 by  
Filed under Notícias

Grandes e pequenas empresas estão cada vez mais preocupadas com a organização do espaço profissional.

Fernando Mendes e Ana Dias celebraram, no início de Fevereiro, o primeiro aniversário do Cowork Lisboa, um espaço onde, em cada uma das 52 mesas disponíveis, está sentada uma pessoa que equivale a uma empresa, ou seja, trabalha sozinho ou em regime ‘freelance’. A ideia surgiu ligada à necessidade de trabalhar fora de casa, longe de distracções, mas hoje já se assumiu como força motivadora para quem foi obrigado a começar de novo por causa da crise. “Vêm para aqui muitas empresas que tinham 15 pessoas e agora são só uma”, contou o mentor do projecto, Fernando Mendes, ao Diário Económico.

Contudo, apesar do conceito ter ganho mais adeptos por causa da crise, ele começou por ser muito mais que uma saída para as dificuldades económicas. “Temos muita gente da área criativa, arquitectura ou programação, que têm mais facilidade em fazer trabalho ‘freelance’, mas também pessoas com projectos próprios”, explicou. “Temos ainda trabalhadores deslocados, um senhor que trabalha para uma empresa de vinhos, sedeada no Porto e que entra aqui às 9h e sai às 17h”, conta Ana Dias, esposa de Fernando Mendes.

O sucesso está à vista e, neste momento, o Cowork Lisboa está cheio, mas não por muito tempo. Dentro de algumas semanas estará a funcionar uma nova sala de 260 metros quadrados (m2), também no Lx Factory, em Alcântara, onde serão criados 18 micro-estúdios para empresas de três ou quatro pessoas, porque “já temos aqui empresas com mais de uma pessoa”, acrescentou Fernando Mendes.

Os escritórios virtuais, como o Ávila Business Center, são outra solução que também tem vindo a crescer. Contudo, as novas tendências de ocupação de espaços surgem também nos escritórios “normais” e, neste caso, mais directamente ligadas à crise. “O actual objectivo é racionalizar e optimizar os custos. Tem existido uma maior procura por escritórios mais pequenos, porque cada vez existem melhores soluções de ocupação de espaço”, explica o director-geral da B.Prime, Jorge Bota.

A solução mais comum é o ‘open space’, que elimina gabinetes e melhora a eficiência de ocupação do espaço, reduzindo assim a área necessária para o mesmo número de trabalhadores. Além disso, é considerado o formato que mais incentiva a produtividade e o bem-estar no local de trabalho.

O Barclays é um claro exemplo disso. As áreas operacionais do banco mudaram-se, o ano passado, para a Torre Oriente das Torres do Colombo, “porque é importante investir em flexibilidade”, adianta Rosário Manita, da direcção de compras, instalações e logística. E a produtividade aumentou? “Certamente, mas sobretudo aumentou a satisfação”.

Felicidade no trabalho é a palavra de ordem da agência de publicidade Leo Burnett. Não estão num ‘open space’, mas sim num edifício antigo no Chiado e os trabalhadores garantem que a localização pesa muito na questão do bem estar. “Para nós, o Chiado é essencial”, disse a directora financeira da empresa, Lina Ventura. Até porque, se não estivessem ali, dificilmente poderiam desfrutar de um terraço com mais de 200 m2 e vista sobre o rio, onde organizam churrascos nas sextas-feiras de Verão. As zonas comuns são um ponto importante na Leo Burnett, mas começam também a sê-lo na generalidade das empresas, quase que para compensar a racionalização de espaço que tem acontecido nos últimos dois anos, adiantou a responsável pela área de arquitectura da Aguirre Newman, Patrícia Liz.

“Estamos a assistir a um crescente número de empresas que pedem as chamadas ‘quiet rooms’, salas que permitem momentos de concentração em estruturas puras de open space, as ‘relaxing’ ou ‘creative rooms’, que permitem ter momentos de quebra do ritmo de trabalho, potenciando a inspiração, e ainda as zonas ‘lounge’, que conferem ao espaço de trabalho um ambiente menos austero e cinzento”, reforçou.

Escritórios virtuais
O Ávila Business Center, no Saldanha, é um exemplo de escritório virtual. O sucesso do espaço tem sido tal que o seu promotor já está a preparar um novo no qual uma empresa paga uma quantia mensal pelo aluguer da morada e direito de usufruto da sala de reuniões. Tem ainda um funcionário que gere o correio e atende os telefones. Só não tem quem trabalhe ‘in loco’, daí o nome.

Barclays

Luz natural
O Barclays ocupa 12 mil m2 espalhados por sete andares da Torre Ocidente, sendo o seu maior inquilino. No espaço amplo e moderno predomina o branco e a luz natural e cada ilha tem um máximo de quatro posições e cerca de dez m2 por funcionário.

Terraço e biblioteca
Os espaços comuns foram uma das preocupações do Barclays. Cada andar tem uma copa e, no 11º piso, há uma cafetaria com café grátis e um terraço. No último piso, onde fica a recepção, há ainda uma biblioteca e um espaço para reuniões informais e acesso à Internet.

Cowork Lisboa

Três tipos de mesa
Para trabalhar no Cowork Lisboa tem de inscrever-se em www.coworklisboa.pt, pagar a inscrição de 30,75 euros e uma renda mensal que vai de 147 a 209 euros, conforme o tipo de mesa (há três tipos). Pode ainda ocupar uma mesa flexível – paga ao dia, semana ou mês – por preços entre dez e 99 euros.

Café gratuito
Uma das características obrigatórias dos espaços de Cowork é ter café gratuito e este não é excepção. E é servido em chávenas de loiça na copa. Além disso, há uma cafetaria no mesmo piso, onde se pode almoçar, ver televisão ou simplesmente ver o rio Tejo do topo das escadas de serviço.

Leo Burnett

A inspiração do Chiado
A Leo Burnett saiu de Alfragide para o Chiado em 2002, onde ocupa uma área de 1.700 m2 em três andares num antigo palacete paralelo à Rua do Alecrim. Ali trabalham 70 pessoas que ocupam as cerca de 20 pequenas salas do edifício, algumas com frescos originais nas paredes e tecto.

Cinema e jogos
As zonas comuns são elementares na Leo, porque se “valorizamos o espaço para criar e conviver”. A sala de reuniões tem uma televisão onde agora, à hora de almoço, passam filmes clássicos. Tem ainda uma sala para joar Playstation, um pequeno-almoço semanal e terraço.

Fonte: Económico



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