Marketing: Portugal não consegue produzir para as ‘fast-foods’

Março 5, 2011 by  
Filed under Notícias

A produção de matérias primas em Portugal é o ponto fraco que impede o maior abastecimento português ao sector do ‘fast-food’.

Com o aumento dos preços do petróleo a tornar mais caros os transportes e as importações, seria de esperar que as cadeias de ‘fast-food’ comprassem mais produtos portugueses mas, como disse à agência Lusa Pedro Queiroz, director-geral da Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA), fora dos nichos de mercado, Portugal não tem capacidade de dar resposta aos volumes que a indústria necessita.

O grupo Ibersol, que detém, entre outras, a Pizza Hut, KFC, Pans & Company e Burguer King, compra em Portugal cerca de 65% do volume total de aquisição e, como uma política de optar por fornecedores locais, diz que ainda compraria mais se houvesse capacidade no país.

“De forma geral, os produtores portugueses têm dimensões pequenas, pelo que, pela sua organização empresarial e competitividade, a capacidade de resposta para a dimensão do grupo Ibersol, embora competente, não tem sido suficiente”, disse fonte oficial do grupo.

Já na McDonalds, a lista de fornecedores portugueses ronda as 30 empresas, que asseguram cerca de 25% das compras em Portugal em 2010.

Fonte oficial da cadeia afirmou que “os fornecedores portugueses têm excelentes condições para servir a indústria e o sector de restauração de serviço rápido” e que “a McDonald’s procura, sempre que possível, desenvolver parcerias com fornecedores nacionais”, mas realçou que esta aposta acontece “sempre que se reúnam as condições necessárias em termos de volume e qualidade”.

Nos 25 por cento das compras portuguesas da McDonalds, estão empresas alimentares como a Campotec, que vende as fatias de maçã e palitos de cenoura, Unilever Jerónimo Martins e a Pascoal & Filhos, que produzem sopas, a Gallo, que fornece temperos, a Progelcone, a
Unicer e a Sumol+Compal, mas a lista inclui também a Seda Ibérica
(copos e embalagens) e a Torfal, que produz as fardas.

Pedro Queiroz referiu que os limites ao abastecimento das cadeias de alimentação rápida não estão nas empresas agro-alimentares, que olham para as cadeias de ‘fast-food’ como um “parceiro natural” e que têm, garante, “capacidade, recursos humanos e tecnologia para dar resposta a um aumento das necessidades das cadeias de comida rápida”. O problema está na produção de matérias-primas, ou na falta dela e na falta de margem para crescer.

“Em culturas agrícolas em que não há margem para crescer, se aumentar a solicitação do lado do comprador, então a industria alimentar tem de ir buscar mais aos mercados externos”, considerou Pedro Queiroz.

“Nomeadamente ao nível dos cereais, somo altamente deficitários. Se pensarmos num formato em que iria aumentar a solicitação à indústria, em produtos que dependam muitos dos cereais, nós conseguimos dar vazão, mas temos de aumentar as importações”, acrescentou.

Fonte: Económico



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