Inovação: Inovação para todos

Outubro 28, 2011 by  
Filed under Notícias

A inovação como processo contínuo está na cabeça dos gestores de empresas como a vedete das estratégias. E faz sentido pensar que o movimento global de busca pela qualidade de vida dos funcionários e o estabelecimento de diálogos cada vez mais amplos nas empresas pudesse gerar nada menos que ideias inovadoras e totalmente aderentes.

O mundo conversa mais, os investimentos em tecnologias ligadas à transmissão de dados, por exemplo, devem somar 67 bilhões de reais nos próximos dois anos apenas no Brasil. E conversar é a base da inovação.

Dentro do organograma de uma empresa, uma área de inovação já não tem mais a hegemonia das ideias ou das criações. O que se vê hoje é a inovação como a sistematização das ideias geradas ao longo da cadeia produtiva sendo aplicadas em benefício dos clientes internos e externos. Exemplo disso é o que a fornecedora de outsourcing de TI, Ci&T está fazendo desde o início do ano.

Tornar-se parceiro de seus funcionários foi a melhor forma de motivá-los a contribuir com suas melhores ideias. E a fórmula parece ter dado certo. De janeiro para cá a empresa fomentou 19 projetos de startups criadas pelos próprios funcionários e estabeleceu uma relação societária com elas por um tempo determinado.

O papel da liderança é também fundamental para que uma ideia gerada em determinada área não morra por não ter tido a devida atenção do gestor, segundo Flávio Pimentel, diretor de Inovação da Ci&T. Por este motivo, muitas pesquisas sobre inovação percebem frequentemente uma relação direta entre as empresas mais inovadoras e as que são selecionadas entre os melhores lugares para se trabalhar.

“Hoje, todo mundo fala de inovação, mas nem sempre sabe ao certo do que se trata e, ao mesmo tempo, as empresas demandam muitas informações a esse respeito, então não existe uma receita de bolo”, explica Pimentel. “Não acho que a discussão deve se prender a modelos de inovação. Porque este é um processo que depende de cultura organizacional e de como a empresa está estruturada.”

A afirmação do executivo corrobora a ideia de que a inovação não deve estar encerrada a um setor dentro da empresa, uma vez que, em termos de volume, a base da pirâmide é responsável por muito mais possibilidade de contribuições. Por outro lado, quanto mais se sobe no organograma, o nível de maturidade e de possibilidade de uma inovação ser eficiente é também maior.

Pimentel se apoia na ideia de que se um setor específico de inovação for o único responsável por trazer as novidades para a empresa, ele vai estar negligenciando a experiência das equipes que estão diretamente ligadas às questões atingidas por esta novidade.

“Eu diria que o maior número de inovações e também as mais eficientes acontecem nas áreas normais da empresa”, afirma Pimentel. “Por exemplo, há uma área de negócios, que vive o dia a dia com o cliente; e a empresa quer propor inovações para o mercado. É muito mais provável que insights de maior relevância venham desta área de negócios.”
E o papel de um gestor de inovação, segundo o executivo, é dar condições para que as áreas possam ser suportadas para realizar este tipo de agenda. Mas a ideia é a ponta do iceberg.

“A grande dificuldade do Brasil é que alguém que tenha ideias de inovação não tem um ambiente fácil onde possa conseguir capital para operacionalizar isso”, relata Pimentel.

E isso, segundo o executivo, é um dos fatores que minam as energias do maior nascedouro de inovações do País, que são as micro e pequenas empresas. Primeiro, porque a inovação é inclusive parte do motivo pelo qual estas empresas foram criadas, e depois, porque são a maioria em número entre as empresas locais. O Sebrae conta 63 milhões de PMEs em território nacional.

Os investimentos em inovação podem não depender do tamanho das empresas, mas, certamente, estão ligados ao ciclo de maturidade das organizações. Ao passo que micro e pequenos negócios são um berçário de ideias, as médias empresas, que focam um crescimento ainda maior, por vezes tiram o pé do acelerador nas inovações. “Para uma média empresa, as estratégias relacionadas a ganhar musculatura e se tornar uma grande empresa, em geral, não estão ligadas a inovação”, completa Pimentel. “Em geral, está associado a expandir mercado.”

Grandes empresas

E, já entre as grandes empresas, o assunto é retomado, mas de outra forma. Para a norte-americana Amdocs, fabricante de sistemas para telecomunicações, o cenário competitivo atual força as empresas a terem um tamanho mínimo para dedicar uma verba para a inovação. “Multinacionais precisam ter um número de receita para investir em inovação”, explica Nelson Wang, vice-presidente da companhia no Brasil.

Em janeiro deste ano, a Amdocs recebeu o prêmio de fornecedor mais inovador do ano na Ásia Pacífico. Mas o reconhecimento, neste caso, é apenas mais uma etapa numa sequência de ações que colocam a inovação no centro da estratégia da companhia. “Inovação é uma área estratégica”, afirma Wang. “É uma questão de necessidade e vantagem competitiva.”

O principal executivo da Amdocs no País vê a inovação como um processo que não pode estar limitado a atender os clientes, nem mesmo apenas aos clientes internos. A empresa mantém um portal onde funcionários e clientes publicam atividades e casos de sucesso e, então, contam com agentes facilitadores para desenvolver as ideias.

Em parceria com clientes como a AT&T, a Amdocs mantém centros internacionais de inovação (International Inovation Center) com o objetivo de acelerar o desenvolvimento de projetos e ter ainda mais ideias.

“A ideia de inovação está ligada ao produto e também ao modo de operar”, afirma Wang. “A Amdocs trabalha em parcerias com outras instituições. Possui sistema de soluções de TI para habilitar o cliente a ser inovador.”

Fonte: CRN



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