Empreendedorismo: O dilema das startups

Outubro 29, 2011 by  
Filed under Notícias

Fala-se muito que nunca houve tanto dinheiro disponível para investimentos em novos negócios, mas bastam poucas conversas com investidores e empreendedores para perceber que a equação é mais complexa do que parece. De um lado os investidores afirmam que não há bons projetos que mereçam um aporte. Do outro, donos de novos projetos afirmam que é difícil encontrar um bom investimento.

As razões (e também as possíveis soluções) para esse impasse foram discutidas no CEO Summit 2011, nesta quinta-feira, em São Paulo, no painel A Nova Geração de Empreendedores Digitais. Para Romero Rodrigues, fundador do site Buscapé, empresa que começou com um investimento e hoje já adquiriu outras 16 empresas, a ansiedade é um fator que atrapalha os empreendedores. “Converso com muitas startups e a maioria chega até mim dizendo que vale R$ 12 milhões (às vezes dólares). Já chegaram a me perguntar se eu não tinha me arrependido de ter recebido o primeiro aporte de ‘apenas’ R$ 1 milhão”. Para Rodrigues, essa nova geração de empreendedores digitais precisa entender isso rápido para não perder oportunidades. “Não tem elevador para chegar lá. É preciso usar a escada, com um degrau de cada vez”.

Apenas uma boa ideia não basta para conquistar um fundo disposto a investir num novo negócio. Capacidade técnica para colocar as ideias em prática é fundamental. “Às vezes o negócio nem é tão bom, mas o grupo e o modelo de execução é tão interessante que acabamos optando por fazer um investimento”, afirma Herman Kazah, sócio-fundador do Mercado Livre.

Outro fator que dificulta ainda mais o trabalho das startups é a escassez de investidores anjos, como são conhecidas as pessoas que investem o próprio dinheiro em novos negócios. Segundo Rodrigues, ao contrário dos Estados Unidos, onde esse tipo de investidor é responsável por uma parte considerável do dinheiro que circula em novas empresas, aqui no Brasil essa figura ainda é pouco atuante. Gustavo Arjones, sócio fundador da Social Metrix completa: “a estrutura jurídica do Brasil não ajuda nisso”, afirma.

Uma possível solução para esse dilema é a disseminação da educação empreendedora. ”Os novatos precisam aprender a vender melhor suas ideias”, diz Rodrigues. Outro conselho do fundador do Buscapé: evite copiar ou tropicalizar serviços de internet que surgem nos Estados Unidos. Tente criar algo realmente novo e voltado para as necessidades do brasileiro.

Fonte: Época Negócios



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