Inovação: Como se preparar para apresentar ideias inovadoras à empresa
Junho 7, 2010 by Inovação & Marketing
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No mundo corporativo, é comum dizer que os profissionais devem ser pró-ativos e não ter medo de arriscar, seja na carreira ou ao fazer sugestões ao seu gestor. E devem ser mesmo: ideias inovadoras sempre são bem-vindas. Mas não sem avaliar os riscos inerentes a todas as novas propostas.
O momento da apresentação de uma nova ideia para o chefe e colegas de trabalho pode ser comparado a uma entrevista de emprego, diz Nathália Pacheco Junior, professora da Faculdade da Academia Brasileira de Educação e Cultura (Fabec). Nunca se sabe como será, nem qual a repercussão futura na empresa. Como se diz no futebol, é uma ”caixinha de surpresas”. Sendo assim, ressalta a professora, o profissional deve conhecer ao máximo a potencialidade do projeto, do mesmo modo como suas possíveis fragilidades.
– As dúvidas e perguntas são inevitáveis, logo, deve-se estar preparado para encará-las sem sustos.
O que levar em conta antes de propor uma ideia
A preparação para o momento da apresentação da proposta deve ser feita como uma espécie de simulado, no qual o funcionário deve fazer um esforço no sentido de imaginar quais os possíveis imprevistos e dificuldades da inovação, diz Nathália.
Para que possa argumentar e fundamentar as ideias que propõe, o profissional precisa, antes de tudo, ter uma boa formação técnica, diz Fábio Alexandre, especialista em RH da Academia do Concurso. Logo, ele deve investir na sua carreira técnica, através de cursos, de boas leituras e da busca por estar sempre bem informado, a fim de que este conhecimento lhe dê o suporte necessário para esses momentos:
– O conhecimento técnico é importante, mais por si só não é suficiente para garantir o sucesso de uma empreitada arriscada dentro da organização. Daí a importância do famoso jogo de cintura, que só pode ser conquistado através da experiência. E só adquire experiência aqueles que tentam o novo, que fazem o diferente e se laçam sem medo em busca do sucesso.
Além disso, é importante que a apresentação da proposta, como todas as atitudes da vida, seja precedida de um planejamento que ofereça subsídios para execução de um projeto, acrescenta Daniel Cardoso, assessor de RH da Fibras Arte. Segundo ele, os fatores externos (demanda, economia do país, entre outros) precisam estar bem evidentes neste planejamento e os fatores internos (pessoal, financeiro, cultural) solidamente definidos para um diagnóstico que reduza a possibilidade de erro, por mais arriscado que seja esse projeto.
Para inovar, no entanto, é preciso já ter conquistado espaço na empresa, sentir-se até certo ponto estável e seguro de que sua capacidade e potencial são reconhecidos por seus superiores, ressalta Nathália. Isso porque, diante de tal quadro torna-se muito mais viável encarar a proposta como algo positivo à empresa.
– Não se deve de modo algum propor grandes mudanças em momentos de instabilidade financeira ou mesmo durante processos de reestrutura interna.
Intuição aliada à experiência
Decidir o momento de apresentar uma nova ideia é sempre uma missão complicada, concordam os especialistas. Entretanto, é preciso saber aliar intuição e experiência, para ponderar os prós e contras na tomada de decisão.
– O primordial é sentir-se preparado e ter certeza de que a ideia a ser proposta já foi bem estudada e amadurecida – diz Nathália.
Michelle Werfel, pós-graduada em RH e diretora regional da Agência de Educação Intercultural World Study, lembra que, quando se assume um risco, há sempre a probabilidade de dar certo ou errado.
– Se der certo, o profissional será vangloriado e vice-versa. É importante saber com quem você trabalha e medir os riscos do mercado, mas a responsabilidade de um erro não deve ser direcionada apenas a pessoa que deu a ideia.
Nos negócios, a área de atuação é muito importante para definir a percentagem de atitudes de risco que se deve ter, mas vale lembrar que para arriscar é necessário pensar, principalmente, na ascensão da empresa, diz Michelle.
– É preciso se mostrar para o mercado, por isso, quando a empresa já está em uma linha mais estável, significa que pode arriscar menos. Medir o risco é sempre essencial tanto para quem quer arriscar, quanto para quem quer propor uma nova ideia.
Na opinião de Nathália, o comodismo muitas vezes é o maior empecilho para o crescimento profissional. É preciso arriscar, afirma ela, com ponderação.
– Ponderar a relação custo-benefício é o melhor mecanismo para se precaver contra os resultados negativos que podem advir de uma inovação.
Fonte: O Globo