Empreendedorismo: científico “é pouco facilitado” em Portugal

Junho 25, 2010 by  
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“Ainda existem em Portugal barreiras que impedem a normal relação entre a comunidade científica e as diversas empresas”, conclui um estudo realizado pela ALTEC (Associação de Laserterapia e Tecnologias Afins), que durante três anos procurou avaliar as dificuldades dos contactos e consequentes parcerias entre a comunidade científica e instituições e empresas.

Estas barreiras representam, salienta a ALTEC, um entrave ao desenvolvimento e progresso de Portugal.

O estudo concluiu que “a grande maioria das empresas e entidades não dão qualquer resposta à apreciação dos projectos, ou demoram mais de um ano a fazê-lo”. No total das empresas observadas, apenas duas responderam à apresentação dos projectos em 48 horas.

O estudo, que incidiu sobre 32 entidades públicas e privadas, identificou como principais problemas que impedem uma maior eficácia nas respostas por parte das entidades: “dificuldade em marcar reuniões, barreiras múltiplas até chegar à pessoa indicada, indisponibilidade para responder ao candidato”.

A ALTEC, presidida por António Lúcio Baptista, é uma associação ibérica que tem como objectivo promover iniciativas sobre laserterapia, regulamentação, formação científica e técnica para o uso nos humanos e animais.

Fonte: Oje – O Jornal Económico

Inovação: O mar é o novo paradigma de desenvolvimento para Portugal

Junho 25, 2010 by  
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Portugal tem a maior Zona Económica Exclusiva da Europa, mas importa peixe… É um dos paradoxos a que se chegou. Lançado em Fevereiro último, o Fórum Empresarial da Economia do Mar é uma associação de empresas que querem levar à prática o proposto pelo professor Ernâni Lopes no estudo Hypercluster da Economia do Mar. O objectivo é tornar Portugal um importante player na economia do mar a nível global.

Ernâni Lopes, sócio fundador da SAER – Sociedade de Avaliação Estratégica e Risco, empresa criadora do conceito economia do mar, foi ministro das Finanças e do Plano entre 1983/85. Doutorado em Economia pela Universidade Católica Portuguesa, foi Director de Serviços de Estatística e Estudos Económicos do Banco de Portugal (1974-1975), Embaixador de Portugal em Bona (1975-1979) e Embaixador-Chefe da Missão de Portugal junto das Comunidades Europeias, Bruxelas (1979-1983).

O mar poderá ser a base do novo paradigma de desenvolvimento para Portugal?
O mar, pela dimensão da plataforma portuguesa e pela dimensão, tipologia e qualidade dos recursos de toda a natureza nela contidos (uns já conhecidos e outros que precisam ser rapidamente de o ser na sua plenitude), constitui, de facto,  um novo paradigma para o desenvolvimento da economia portuguesa, pois tem todas as condições para constituir um dos motores da sua dinamização no futuro. E bem necessitados estão o país e a economia portuguesa desses novos recursos  e desses novos motores portadores de futuro!.

Que pilares terá uma economia assente no mar?
A economia do mar em Portugal, objecto do estudo, é composta por diversos sectores de actividade e clusters, organizados de forma sistémica, por forma a potenciarem o máximo valor acrescentado para o País. Desenvolver todos da mesma maneira é impossível, mas todos são necessários e têm o seu papel, numa lógica de cluster ou hypercluster (cluster de cluster) , como é o caso. Pela suas características, dimensão e estado de maturidade, os componentes mais urgentes e da “linha da frente” são os sectores de” Logística, Portos e Transportes”,  “Navegação de Recreio e Turismo Náutico”, “Pesca, Aquacultura e Transformação de Pescado”, “Materiais, Energias e Biotecnologias”, bem como os  sectores de apoio “Pensamento Estratégico” e “Imagem e Cultura Marítimas”. Mas todos os outros, desde “Construção e Reparação Navais” ” Obras Marítimas”, “Serviços Marítimos”, “Ambiente e Conservação”, Investigação, Formação, etc.. são fundamentais para que todo o conjunto consiga o seu valor estratégico pretendido.

Por onde é que se começa a construí-la?
A economia do mar deve começar pelos sectores referidos atrás como da “linha da frente”, pelas razões também explicadas.

Que políticas públicas poderiam ser adoptadas imediatamente tendo em vista a mudança de paradigma?
As medidas públicas propostas estão apresentadas nos diferentes clusters e componentes. No entanto, são apresentadas três medidas consideradas transversais e indispensáveis: um conselho de ministros especifico para os assuntos do mar, liderado pelo Primeiro-Ministro, que já foi decidido em Resolução do Conselho de Ministros do final do ano passado com a criação da nova Comissão Inter-Ministarial, a criação de legislação especial, descriminando positivamente a economia do mar, na linha do que foi feito para a “Expo98”, e, da responsabilidade dos privados, a criação de um Forúm Empresarial da Economia do Mar, integrando as principais empresas de referência dos diferentes sectores e com a obrigação, entre outras importantes, de dinamizar uma grande conferência anual ou bienal.

Como se envolvem os agentes económicos e as universidades nesse desígnio?
O desígnio pretende-se que seja nacional e estão propostas acções concretas nesse sentido, nomeadamente o envolvimento dos grandes responsáveis políticos e empresariais, a formação e a articulação de fóruns, mas sobretudo a proposta de projectos concretos no terreno envolvendo empresas, universidades, agências de desenvolvimento  e responsáveis políticos locais, regionais e nacionais, com compromissos que devem ser assumidos e os seus resultados reportados em fóruns públicos.

O MAR PORTUGUÊS
A actual Zona Económica Exclusiva (ZEE) de Portugal, faixa marítima com 200 milhas de largura, tem uma área de 1.850.000  km2, o equivalente a 20 vezes o território “terrestre”. O projecto de alargamento da plataforma continental em curso poderá estender a soberania portuguesa sobre o fundo do mar até 350 milhas, ou seja, mais 2.150.000 km2, o que totalizará 4.000.000 km2, isto é, um território marítimo equivalente à dimensão da Índia, 40 vezes superior à nossa área terrestre.

Embora em rigor não se conheça totalmente a riqueza existente neste imenso território, as explorações que têm sido levadas a cabo sob a orientação da EMEPC (http://www. emepc.pt) revelam-se animadoras, tendo-se descoberto espécies marinhas raras para a utilização em medicina de ponta, elevada probabilidade de existência de hidrocarbonetos e minério em estudo de elevada pureza, fontes hidrotermais.

No entanto, o mar não é só isto. “Há que tomar em linha de conta a privilegiada posição geoestratégica de Portugal, que terá que ser melhor aproveitada “rasgando” as nossas fronteiras marítimas, à semelhança do que aconteceu com a fronteira terrestre”, salienta Fernando Ribeiro e Castro, secretário-geral do recém constituído Fórum Empresarial da Economia do Mar.

Por esta razão, salienta, “não é muito compreensível que grande parte do nosso intercâmbio comercial seja feito por terra, algumas das mercadorias sendo descarregadas em portos espanhóis e vindo, por terra, para Portugal”.

Pelo contrário, acrescenta este responsável,  “os nossos portos, através de uma maior eficácia, deveriam servir uma boa parte de Espanha e a totalidade de Portugal, para o que é indispensável aumentar a sua eficácia assim como melhorar as ligações ferroviárias (um trabalho que está em curso, mas que é necessário acelerar)”.

Fernando Ribeiro e Castro é de opinião que a Náutica de Recreio e Turística terá que ser incrementada com a construção de mais e maiores marinas e portos de recreio, podendo-se aproveitar o grande espaço disponível nos sobre-dimensionados portos de pesca, a fim de, não só aumentar a sua prática entre os portugueses, como captar as dezenas de milhares de embarcações de recreio dos nossos parceiros europeus que não encontram lugar, nos países de origem, para estacionar.

“Isto criaria bastantes postos de trabalho em Portugal, nos diferentes níveis de especialização”, salienta Fernando Ribeiro e Castro.

No que diz respeito à pesca, acrescenta o gestor, há que dinamizar mais a criação de recifes artificiais, que “tanto sucesso têm tido na criação de habitats apropriados à fauna marinha, assim como de aquacultura off-shore”.

Portugal produz menos peixe em aquacultura que a República Checa, que fica no coração da Europa Central… e, sendo o País com a maior ZEE da Europa, é importador de peixe, quando deveria ser o principal exportador. É tempo de agir!

Fernando Ribeiro e Castro,
Secretário-geral do Fórum Empresarial da Economia do Mar

O que é e porque nasceu o Fórum?
O Fórum Empresarial da Economia do Mar é uma associação de empresas que se propõem  pôr em prática o proposto no estudo “Hypercluster da Economia do Mar”, a fim de tornar Portugal um importante player na economia do mar a nível global. Há uns anos, o Professor Ernâni Lopes lançou o conceito de “Hypercluster da Economia do Mar” no seio de uma discussão que começou na AORN, Associação de Oficiais da Reserva Naval. Um grupo de 15 empresas, dinamizadas pelo Dr. Bruno Bobone, presidente da ACL, encomendou, no final de 2007, um estudo à SaeR, que contou com a participação de várias entidades ligadas ao sector.

O que conclui o estudo?
Em resumo, o estudo indica que há um enorme potencial para a economia nacional neste âmbito, aponta propostas de acção e lança o desafio para a constituição de uma associação empresarial para dinamizar a criação do “Hypercluster da Economia do Mar” cujo objectivo é concretizar o aí proposto. O desafio foi aceite pelas empresas que encomendaram esse estudo, constituindo-se em associação neste Fórum.

Quando foi constituída a associação e com que objectivos?
A associação foi oficialmente constituída dia 18 de Fevereiro, tendo sido feita a escritura, realizada a primeira Assembleia-Geral e eleitos os primeiros órgãos sociais com as 13 empresas fundadoras. Os objectivos, resultantes do acima referido estudo e conforme estipulados nos Estatutos, são: Contribuir para o assumir da economia do mar como um desígnio nacional, de forma a afirmar Portugal como actor marítimo relevante, ao nível global; contribuir para o desenvolvimento sustentável do mar e valorizar a sua importância como um dos principais recursos económicos, projectando-o como o grande motor do desenvolvimento económico do país; e promover uma estratégia comum e integrada das actividades relacionadas com a economia do mar.

Quem integra o Fórum?
O Fórum está, nesta fase, num grande crescimento em termos de associados, que são, neste momento em que falamos, já 40, tendo mais que triplicado em menos de três meses.

Como se financia?
O financiamento é feito exclusivamente através das quotas dos associados, tendo apoio administrativo por parte da ACL – Associação Comercial de Lisboa, onde está instalada a sede. Recorrer-se-á a patrocínios específicos no caso de eventos promovidos pelo Fórum que não sejam suportáveis pelo seu orçamento.

Que objectivos se propõe atingir nos próximos 5 anos?
Estando ainda no início, não nos é possível fornecer um planeamento concreto dos objectivos. No entanto, e sendo uma iniciativa empresarial, só poderemos garantir que iremos procurar concretizar os nossos objectivos o mais cedo possível.

Como se dinamizam os agentes económicos e a sociedade civil para a economia do Mar?
Isso está a ser feito de cinco formas, todas elas de igual importância e a decorrerem em paralelo e concorrência: Convidando a aderir ao Fórum enquanto associado. É a forma mais efectiva de ser dinamizado, entrando na dinâmica; convidando a ser parceiro do Fórum. Como é fácil de observar, a maior parte dos objectivos só serão atingíveis com a participação de entidades externas ao Fórum, numa lógica de parceria no âmbito do “Hypercluster da Economia do Mar”, uma rede entre todas as entidades que actuam neste sector, estatais ou não estatais. Através da realização de  acções de divulgação dos objectivos do Fórum e concretizações no domínio do Hypercluster e do estabelecimento de contactos pontuais com entidades julgadas convenientes para a concretização destes objectivos.

E o Governo?
O Governo, nas Grandes Opções do Plano para 2010, já identificou o Fórum como o seu interlocutor privilegiado com a sociedade civil e temos mantido uma excelente relação de trabalho. Isto permite ao Fórum um fácil diálogo com as entidades oficiais, o que será um forte incentivo para o diálogo do Fórum com os agentes económicos ligados ao mar, uma vez que, com a actuação do Fórum, será mais simples serem resolvidas questões/entraves com que os agentes se debatem na sua actividade.

Que iniciativas se propõem lançar?
É prematuro apresentar uma calendarização das actividades. Podemos apenas, desde já, referir que, para além dos inúmeros contactos que estão em curso no sentido de divulgação e angariação de associados, prevemos, até ao final deste mês ( Junho), arrancarmos com 30% dos grupos de trabalho dos componentes da Economia do Mar, e já termos os 12 componentes operacionais até ao final de Novembro. No próximo dia 21 de Setembro iremos realizar o nosso primeiro Congresso, cujo programa ainda não está divulgável, mas que será um evento bastante importante, em plena “Semana Mundial do Mar”, sob a temática de “Portos e Transportes Marítimos”, cujo objectivo é “entrar por terra adentro”, com a participação de entidades que normalmente não são associadas a temática do mar, assim como contribuir para “rasgar” as nossas fronteiras marítimas.

O estudo
Está disponível na internet em:
http://www.fem.pt/Documentos/Hypercluster%20da%20Economia%20do%20Mar.pdf.
Um resumo poderá ser consultado em:
http://www.fem.pt/Documentos/O%20Hypercluster%20da%20Economia%20do%20Mar%20em%20Portugal%20_resumo_.pdf

Fonte: Oje – o Jornal Económico

Marketing: 14 mil telemóveis vendidos por dia em Portugal

Junho 25, 2010 by  
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Nos primeiros três meses do ano foram vendidos 1,24 milhões de telemóveis, um aumento de 21%

No primeiro trimestre de 2010 venderam-se quase 14 mil telemóveis por dia, o que totaliza 1,24 milhões de equipamentos vendidos neste período. Segundo um estudo da consultora IDC, ontem divulgado, trata-se de um crescimento de 21% face ao mesmo período do ano anterior. No entanto, as vendas registam uma quebra de 28% em relação ao quarto trimestre de 2009.

O segmento dos smartphones foi o que apresentou maior dinamismo, refere o estudo, ao crescer 58% face ao primeiro trimestre de 2009, com 180 mil unidades vendidas. Também o segmento dos telefones tradicionais apresentou sinais de recuperação, ao crescer 17%, com um total de 1,06 milhões de unidades vendidas no primeiro trimestre.

Neste segmento – que representa 15% do total de vendas de telemóveis – destaca-se o crescimento dos telefones Blackberry, que conquistaram uma quota de mercado de 17%, face aos 2% que detinham no início de 2009.

“O mercado português de telemóveis teve no primeiro trimestre do ano uma recuperação significativa face às quebras de vendas verificadas em 2009. Contudo, temos de ser algo cautelosos nas conclusões a retirar destes dados. Apesar de uma evidente recuperação da procura, não podemos esquecer que o primeiro trimestre de 2009 foi dos piores trimestres de sempre no sector das telecomunicações”, afirmou Francisco Jerónimo, responsável europeu de research da área de telefones móveis da IDC.

No ranking de fabricantes, a Nokia continua a perder quota de mercado, correndo o risco de perder a liderança para a Samsung no mercado português, refere a IDC. Apesar do crescimento de 4% nas vendas, a quota de mercado da Nokia caiu para 36% e no segmento dos smartphones reduziu para 52%. O portfólio da Nokia continua a ter dificuldades em espelhar o que os consumidores procuram e valorizam num terminal, salienta a consultora.

Já a Samsung encontra-se neste momento a três pontos percentuais da Nokia e é o segundo maior fabricante. As suas vendas cresceram 13% e a quota de mercado caiu para 33%. A empresa coreana continuou a não ter qualquer representatividade no segmento dos smartphones durante o trimestre, salienta o estudo.

A quota de mercado da LG subiu para 9%, contra os 7% obtidos no primeiro trimestre de 2009, com as vendas a crescerem 62%, nomeadamente na Vodafone e na Optimus.

Em quarto lugar, os terminais marca Vodafone (fabricados pela Huawei, ZTE e Alcatel) continuam a conquistar o mercado nacional com ofertas onde o baixo preço é o principal factor diferenciador, refere a IDC.

Finalmente, a Sony Ericsson viu as suas vendas aumentar 70% face a igual período de 2009, tendo a quota de mercado atingido os 5%. As campanhas associadas aos terminais W205 e Satio contribuíram para impulsionar as vendas deste fabricante durante o trimestre, conclui a consultora.

Fonte: Diário de Notícias