Marketing: Vinhos Verdes exportaram mais de 22 milhões no primeiro semestre

Os Vinhos Verdes faturaram mais de 22 milhões de euros, nos mercados externos, no primeiro semestre, o que correspondeu a um aumento de 6,8% face a igual período de 2011. A manter-se este ritmo, 2012 poderá estabelecer novo recorde de vendas no exterior, pelo 11º ano consecutivo. A Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) admite que os ‘Verdes’ cheguem ao fim do ano, pela primeira vez, com 35% do seu volume de negócios assegurado pela exportação.

“Estes dados estão, fundamentalmente, em linha com as nossas previsões”, afirmou à Lusa o presidente da Comissão, Manuel Pinheiro, salientando que as exportações estão a crescer, sem interrupções, há uma década, e 2012 mantém a mesma trajetória, podendo ser “o melhor ano de sempre neste capítulo”.

A faturação acumulada até junho ultrapassou os 22 milhões de euros, correspondentes à venda no exterior de 9,3 milhões de litros de Vinhos Verdes, mais um milhão do que no período homólogo. Já no total do ano de 2011, os ‘Verdes’ colocaram15 milhões de litros em 83 países, o que originou um volume de negócios total de 36,6 milhões de euros.

Os EUA voltam este ano a consolidar o seu lugar de liderança enquanto maiores consumidores externos de Vinho Verde, com um crescimento acima dos 15%, obtido com ganhos no preço médio. Este é um mercado que vale já cerca de 22,5% da faturação dos Vinhos Verdes no estrangeiros, sendo que o seu crescimento na última década foi na casa dos três dígitos, sublinha a CVRVV: 263%.

Também no Canadá, outro mercado que valoriza particularmente os vinhos, as vendas de ‘Verdes’ cresceram 19% no primeiro semestre.

Na Europa comunitária, os resultados são menos exuberantes: a Alemanha, segundo maior mercado externo, cresceu 3% e a França teve nota “negativa”, com um recuo de quase 8%. Na Suíça, contudo, a venda de Vinho Verde cresceu “na casa dos 25%”.

Com grande potencial revela-se o mercado japonês, onde as vendas aumentaram 115% face ao primeiro semestre de 2011. Trata-se ainda de “um mercado pequeno” e o mérito é de “mais produtores que conseguiram arranjar lá um importador” para os seus vinhos, realça Manuel Pinheiro.

Dos plano de promoção para 2012, no qual a Comissão de Viticultura investiu 3,4 milhões de euros, destaque para a aposta numa campanha publicitária no mercado angolano, “um país que está a crescer”.

Em contrapartida, o mercado nacional regional “teve uma ligeira contração”, na ordem dos 4%, refere a CVRVV, compensada, acrescenta, com os quase 7% das exportações. “Não se pode esperar nada do mercado nacional nos próximos anos, pois o cliente português está muito sensível ao preço”, afirma Manuel Pinheiro.

Outra questão é a do preço médio do vinho verde vendido fora do país, que “não sobe”, mantendo-se nos 2,2 euros por litros há alguns anos. “Há uma concorrência mundial muito forte”, argumenta o presidente da comissão, acrescentando que “a qualidade melhorou, mas isso não se traduziu numa melhoria do preço”.

Fonte: Dinheiro Vivo