Inovação: A empresa que transformou tecnologia em roupa prática

Janeiro 26, 2012 by  
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A ‘T-shirt’ que regista os batimentos cardíacos surgiu durante uma investigação na Universidade de Aveiro. A Biodevices é a empresa responsável pela sua comercialização

A Biodevices é uma inovadora empresa nacional que nasceu em Aveiro e comercializa um produto que veio revolucionar a vida de quem tem problemas cardíacos. A ideia é muito simples e partiu de um grupo de investigação universitário: criar um sistema de eletrocardiograma em ambulatório fácil de usar no dia a dia. O resultado foi a Vital Jacket, uma T-shirt muito confortável e adaptável a qualquer situação do quotidiano. Este produto comporta o sistema Holter, ou seja, permite o registo contínuo do ritmo e da frequência cardíaca, tal como num eletrocardiograma, mas durante o período de 24 horas.

Em 2007, a Vital Jacket chegou pela primeira vez às bancas, através da empresa Biodevices e desde então já foi aperfeiçoada, quer ao nível do visual, quer das funções disponíveis.

Para quem não está por dentro deste assunto, a maior inovação deste produto é a possibilidade de o médico de família ou o cardiologista poder verificar o esforço cardíaco de um doente nas suas atividades diárias, algo que até aqui não era possível.

“Como esta T-shirt é muito confortável, as pessoas conseguem fazer uma vida completamente normal e, assim, o cardiologista consegue ter uma avaliação exata do esforço cardíaco em contexto de vida real”, esclareceu Gabriela Bastos, administradora da Biodevices.

Na parte lateral da T-shirt há um pequeno aparelho, do tamanho de uma caixa de fósforos, com 50 gramas, que regista o ritmo cardíaco num cartão de memória SD. Além disso, esta caixa está equipada como um transmissor Bluetooth que permite ao utilizador ver em tempo real o seu batimento cardíaco e monitorizar, por exemplo, uma sessão de treino.

Fazer um exame destes nos moldes tradicionais é muito mais complicado. Quem precisa de fazer um “Holter” – sem a Vital Jacket – tem de aplicar os elétrodos no peito que, através de fios, ficam ligados ao registador, transportado à cintura numa bolsa apropriada. O que faz com que não seja confortável fazer as atividades normais durante as 24 horas que o exame dura. Além, disso, os utentes têm de registar num diário todos os sintomas que tiveram e as horas a que aconteceram, algo que com a Vital Jacket também já não é necessário.

“Desde o início, que o objetivo deste projeto era exatamente pegar na tecnologia e transformá-la em roupa prática”, contou Luís Meireles, responsável pelo departamento comercial da Biodevices.

E o reconhecimento chegou de vários outros países, logo em 2009. “Os primeiros mercados onde chegámos foi ao francês, ao inglês e ao espanhol. Dois anos depois chegámos ao Brasil”, continuou Luís Meireles.

Atualmente, a Biodevices exporta, por ano, milhares de T-shirts para todo o mundo e mesmo em Portugal são vendidas muitas dezenas. “Aliás, os hospitais têm muito interesse em trabalhar connosco, mas como todos sabemos existe incapacidade financeira”, explicou ao DN Gabriela Bastos.

Qualquer pessoa pode comprar um kit Vital Jacket, composto pela T-shirt, a caixa que regista os batimentos e o software que descodifica os dados registados na pequena caixa. “Mas isso não é prático, porque cada conjunto destes custa no mínimo 500 euros. Esta tecnologia pode e deve ser individual, mas basta para isso que o utilizador pertença a um centro ou associação que esteja equipada, tendo este apenas de comprar a T-shirt”, diz adiantando que uma peça destas custa menos de 200 euros.

A aceitação internacional tem sido a melhor possível e os dois responsáveis estão de acordo num ponto: “Só os portugueses é que continuam a discriminar a tecnologia Made in Portugal. Todos os outros já sabem a nossa qualidade e do que somos capazes.”

Fonte: Diário de Noticias



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