Inovação: Pesquisadores espanhóis desenvolvem tecnologia para diagnosticar Alzheimer mais cedo

Maio 2, 2011 by  
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Nova tecnologia espanhola combina ressonância magnética de alta resolução em 3D com a inteligência artificial para apontar cedo o risco de uma pessoa vir a desenvolver a doença.

Uma nova tecnologia espanhola que combina ressonância magnética de alta resolução para obtenção de imagens de grande precisão de diferentes áreas cerebrais com a inteligência artificial promete apontar cedo o risco de uma pessoa vir a desenvolver alzheimer. O estudo, denominado Ressonância Magnética estrutural e funcional: estudo multicêntrico das fases iniciais do alzheimer na comunidade Autônoma de Madri, foi desenvolvido no Centro Alzheimer Fundação Rainha Sofia – Fundação CIÉN da capital espanhola.

O Grupo de Pesquisadores em Demência da Comunidade de Madri (Demcam) apresentou a tecnologia nesta quinta-feira (28) em Madri. O projeto foi realizado por mais de 30 cientistas espanhóis, e pretende discriminar as pessoas cognitivamente sadias das que possivelmente desenvolverão a doença.

O alzheimer é uma doença neurodegenerativa irreversível de causas desconhecidas e que leva à demência e deteriora gravemente as funções cognitivas e funcionais. Porém, a demência nem sempre é um sinal que aparece em todos os pacientes, e os médicos alertam também para o fato de que o alzheimer não está ligado à idade do paciente – ou seja, não é uma doença exclusiva dos idosos.

Em um grupo de 170 voluntários participantes do estudo, a nova tecnologia conseguiu obter resultados com 95% de exatidão e diferenciou os pacientes saudáveis dos que tinham o risco de desenvolver a doença. O novo exame utiliza ressonância magnética em 3D e obtém imagens cerebrais com maior agilidade quando comparado a outras técnicas.

Sua aplicação generalizada ajudará a prevenir o desenvolvimento do alzheimer a partir de seus estádios mais iniciais, ou seja, inclusive antes de ser visualizada a deterioração cerebral que provoca. Além disso, é possível que esta nova tecnologia, que inclui conjuntamente quatro tipos de técnicas de imagem (volumetria, difusão, perfusão e espectroscopia), favoreça o desenvolvimento de medicamentos contra a doença.

Nesse estudo foram obtidas mais de 238 variáveis de seções cerebrais de cada um dos indivíduos participantes, relacionadas com características muito particulares. O projeto recebeu uma contribuição conjunta de € 230 mil da Fundação Rainha Sofia, GE Healthcare e a Fundação EULEN.

Fonte: Revista Época Negócios

Inovação: Maravilhas da física para 2100

Maio 2, 2011 by  
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Imagine microlegos autoprogramáveis que se reorganizem, formando qualquer objeto. Ou lembre-se das cenas do sucesso de bilheteria O Exterminador do Futuro 2, em que o robô humanoide se verte em um líquido prateado para ressurgir sob novas formas, cores e dimensões. Em algumas décadas, cenas que até hoje soaram como devaneios de ficção científica se tornarão parte da realidade. Pelo menos é o que promete o físico norte-americano Michio Kaku, professor de física teórica da Universidade da Cidade de Nova York, em seu novo livro Physics of The Future – How Science Will Change Daily Life by 2100 (“Física do futuro – Como a ciência transformará o cotidiano em 2100”), previsto para ser lançado nos Estados Unidos no próximo mês.

Kaku diz que as bases para que isso seja possível daqui a 89 anos já estão sendo semeadas. Isso tem ocorrido numa área de sistemas micromecânicos (MEMS, na sigla em inglês) chamada claytrônica. Esta utiliza robôs do tamanho de grãos de areia, que são na verdade supercomputadores dotados de cargas elétricas positivas ou negativas. Ao controlar suas cargas, será possível reger como eles se agregarão, criando novos objetos. Assim teremos o que os cientistas chamam de “matéria programável segundo o desejo do usuário”. De um monte amorfo formado por bilhões de grãos (também chamados de cátomos pelos cientistas), surgirá um carro, um sofá, um copo ou qualquer objeto tridimensional. Bastará acionar o mecanismo para que as partículas, que farão o papel dos átomos na constituição da matéria, reorganizem-se e formem uma nova peça, também reprogramável.

Físico americano diz que, em 2100, minirrobôs
poderão tomar a forma de qualquer objeto

Hoje os cientistas trabalham com cátomos do tamanho de uma cabeça de alfinete, mas o professor Kaku crê que é apenas uma questão de tempo para que estes sejam miniaturizados e nos permitam presenciar as cenas que vemos com a ajuda de efeitos especiais nos cinemas. As promessas da claytrônica só vêm se tornando possíveis pela contínua miniaturização e o crescimento da velocidade de processamento dos computadores, prevista na Lei de Moore, cunhada em 1965 por um dos fundadores da Intel, Gordon Moore: “O poder de processamento dos computadores dobrará a cada 18 meses”.

A tecnologia certamente possibilitará realidades impensadas, transformando o cotidiano radicalmente. “No dia em que sua mulher se cansar do sofá da sala, bastará controlar os cátomos constituintes do sofá para ele mudar de forma. Eles se rearranjarão instantaneamente. O sofá desaparecerá. Em seu lugar surgirá uma mesa. Pense nas consequências dessa tecnologia quando ela se disseminar”, disse o cientista à revista Época. Ou, então, na tranquilidade das manhãs de sábado, quando as visitas a uma loja de móveis serão coisa de um passado arcaico e cansativo.

Michio Kaku – Físico norte-americano formado na Universidade de Harvard, dedica-se ao ensino e à pesquisa de física teórica na Universidade da Cidade de Nova York. Também apresenta documentários sobre o tema no Discovery Chanel

Claytrônica – Termo criado por Seth Goldstein, da Carnegie Mellon University, e Todd Mowry, da Intel, para designar o estudo da matéria programável, cujos elementos básicos são os “cátomos” (contração de claytrônica e átomos)

Fonte: Época Negócios

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