Inovação: Como os carros eléctricos estão a mudar as estradas

Agosto 2, 2011 by  
Filed under Notícias

Três portugueses contam a sua experiência ao volante dos novos veículos eléctricos.

Mário Cordeiro tem 62 anos e tinha de ter um carro eléctrico. É apaixonado pela questão ambiental e para ele fazia todo o sentido ter um automóvel movido a energia eléctrica. Depois de se informar sobre as várias opções no mercado, decidiu-se pelo Nissan Leaf. “Estou francamente satisfeito com a prestação do carro”, afirma Mário Cordeiro, sem deixar de realçar que “o carro não foi propriamente barato mas, a médio prazo, compensa o investimento. É uma excelente opção”.

Este português a residir em Condeixa-a-Nova tem na ponta da língua o dia em que foi buscar o Leaf: “3 de Maio, depois de nove meses de espera”, desabafa. Até agora ainda não recebeu do Estado os cinco mil euros de incentivo – mas acredita que esteja para breve. Faz cerca de 90 a 100 quilómetros diários e a rotina é sempre a mesma. Ao final do dia carrega o carro em casa. “Sou cuidadoso”, explica Mário Cordeiro, para quem a questão da autonomia dos carros eléctricos, apontada por muitos portugueses como uma desvantagem, é uma falsa questão.

Uma opinião partilhada por Joana Virgolino, 33 anos, que também tem um Nissan Leaf. Todos os dias faz entre 80 a 90 quilómetros e não tem problemas quanto à autonomia. “Só tenho de me preocupar em pensar, de véspera, qual vai ser o meu percurso no dia seguinte. E raramente carrego a bateria a 100% porque não tenho essa necessidade”. Com o carro desde Maio deste ano, Joana admite que esta foi uma boa decisão de compra e lança o desafio a todos: “quando tiverem oportunidade financeira, comprem um carro eléctrico”. É que, além da questão ambiental, Joana ainda valoriza mais o lado económico. A viver em Leiria, Joana – que também ainda não recebeu o incentivo do Estado pela compra do veículo eléctrico – conta que a única coisa que mudava no Leaf “era mesmo os bancos traseiros que deveriam ter mais uns quantos centímetros”. Mãe de três crianças pequenas, diz que este não é um carro de família, pois as três cadeiras de segurança não cabem.

Já Adriano Rodrigues, médico e professor na Universidade de Coimbra, comprou um carro eléctrico exactamente por ser uma energia limpa e o carro do futuro. No Leaf destaca o conforto, “o facto de ser robusto e com uma aceleração contínua o que nos dá uma condução bastante equilibrada”. Utiliza-o sobretudo nas suas voltas em Coimbra, onde faz 30 a 40 quilómetros diários. “Quando vou para fora da cidade, tenho receio que não haja carregadores por perto”, explica o professor que considera que a infra-estrutura ainda é deficitária no País no que respeita a postos de carregamento. “Por exemplo, no outro dia fui aos quatro postos de carregamento em Coimbra e estavam todos desligados”.

Um cêntimo por quilómetro
Ainda assim, Adriano Rodrigues considera ter feito a escolha certa em função das suas necessidades: “Se não passar dos 80 km/hora, nem se sente o consumo. Claro que se ligarmos o ar condicionado ou formos a mais de 120 km/hora, a bateria gasta-se rapidamente”. Limitações de um veículo eléctrico. Feitas as contas, Adriano calcula que gaste entre 60 a 70 cêntimos por carregamento eléctrico total. Também Mário Cordeiro fala de poupança quando admite que gasta um cêntimo por quilómetro.

Os adeptos portugueses de veículos eléctricos vão crescendo aos poucos. Desde que a Nissan, a Peugeot e a Mitsubishi lançaram em Portugal os seus modelos eléctricos, no início do ano, já foram vendidos 111 veículos eléctricos. Um número reduzido face às vendas de carros a combustão mas que, ainda assim, satisfaz as marcas de automóveis. Quanto ao perfil de cliente, a Nissan Portugal, por exemplo, identifica a classe média/média-alta, conscientes da questão ambiental e com forte racionalidade na análise de custos/benefícios.”

Fonte: Económico



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