Marketing: O Facebook não é só para jovens

Junho 11, 2011 by  
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Isabel Moreira tem 74 anos e, tal como muitos cibernautas em Portugal, já deixou de ir ao Hi5, a rede social que em tempos foi uma grande sensação na Internet portuguesa. Agora vai ao Facebook. Todos os dias. Isabel é uma excepção. Apenas 33 mil perfis do Facebook criados em Portugal são de pessoas que têm, ou dizem ter, mais de 65 anos. Isto corresponde a um por cento do total de contas – os números são do Social Bakers, um serviço que agrega estatísticas sobre esta rede social.

Porém, para Isabel, a informática está longe de ser uma novidade: começou a mexer em computadores há 30 anos. Depois de criar três filhos, resolveu arranjar um emprego. E, para isso, fez “uns cursos de informática e programação”. Acabou por conseguir emprego como secretária e ficou a gostar de computadores. No início da década de 1990, e em desacordo com o marido, gastou 150 contos (“o ordenado todo”) num computador, cerca de 750 euros.

Desde então, sempre teve um computador em casa e o interesse pela tecnologia perdurou – é, aliás, um dos temas sobre os quais partilha links no Facebook. Actualmente, está a frequentar um curso sénior de Ciência, Tecnologia e Cidadania na Universidade Técnica de Lisboa. Com os colegas, montou uma rede social na plataforma Ning, um serviço que permite a qualquer pessoa criar uma rede social própria. E também já fizeram um livro electrónico.

Foi a filha de Isabel Moreira que a convenceu a aderir às redes sociais, na altura em que o Hi5 ainda estava na moda. Porquê? “Por causa dos meus netos. Uma pessoa tem de controlar um bocadinho o que os jovens fazem”, responde. Mas também é útil para partilhar notícias e ver o que os outros partilham, reconhece. E já serviu para encontrar uma ou outra pessoa dos tempos da escola e do liceu, acrescenta.

Acompanhar os netos foi também um dos motivos que levaram Maria do Céu Encarnação a abrir conta no Facebook. Começou a notar que “toda a gente falava do que via no Facebook” e sentia-se de fora das conversas. Por isso, resolveu entrar no mundo das tecnologias e foi tirar um curso de informática na junta de freguesia da zona onde vive, em Lisboa. Foi há quatro anos e Maria do Céu tinha então 80.

O curso serviu-lhe de iniciação; de seguida, os netos ofereceram-lhe um computador e ensinaram-na a fazer o resto. “Eu aponto o que eles me dizem. Nesta idade, uma pessoa já não se lembra, tem de escrever. Mas depois é fácil.”

Maria do Céu não se ficou pela rede social. Tem email criado pelos netos (vozita@…); usa o Skype, sobretudo para falar com uma neta que está em Inglaterra; acha os blogues “o máximo”; faz pesquisas várias no Google e passa algum tempo a jogar online: puzzles – “já os fazia quando era miúda, mas com peças”, palavras cruzadas, mahjong (um jogo de origem chinesa). Mas “o Farmville não”. Graças a tudo isto, passou a sair menos de casa. “Antes saía muito mais. Agora, faço-o de manhã e passo tardes inteiras na Internet, vou ao Facebook, ao Google…”

A ideia de que o Facebook é para jovens não é errada. Em Portugal, a maioria dos utilizadores está na faixa etária entre os 13 e os 24 anos. De seguida, estão os utilizadores entre os 25 e os 44, de acordo com as estatísticas do Social Bakers (que é distinguido pelo próprio Facebook como um serviço de confiança). Os números vão caindo à medida que se sobe na idade. Acima dos 54 anos, estão apenas quatro por cento dos utilizadores.

Estes dados estão dependentes da informação inserida pelos próprios utilizadores e têm em consideração contas que podem ter pouca actividade. Mas os números estão em linha com o estudo A Utilização da Internet em Portugal 2010, feito por várias instituições de investigação e com o apoio da UMIC – Agência para a Sociedade do Conhecimento.

Segundo esta investigação, os mais velhos são também os mais reservados. A partir dos 55 anos (é tida em conta a faixa etária mais velha pelo relatório no que diz respeito ao uso de redes sociais), há 12 por cento que nem sequer divulgam o nome. E o número de “amigos” também tende a ser mais reduzido do que entre os jovens.Francisco, de 71 anos, é daqueles que preferem manter-se discretos e não querem ser identificados com o apelido, embora o tenha no perfil do Facebook. “Já bastam as pessoas que me pedem para ser amigo e eu nunca as vi na vida. Não quero que leiam no jornal e andem lá à procura”, justifica. Só ocasionalmente partilha alguma coisa. Quase sempre, apenas um link para uma notícia que leu. De resto, comenta “de vez em quando” o que os outros publicam e segue a vida dos “mais ou menos 40” contactos que tem online, boa parte são familiares.

Francisco não publica nada pessoal. E muito menos fotografias, o tipo de conteúdo que é quase sinónimo de estar no Facebook. Três em cada quatro utilizadores em Portugal colocam fotos suas nas redes sociais. Mas, na faixa etária mais elevada, este número cai para um pouco menos de metade. Isabel Moreira, que publicou “duas ou três” fotos no perfil do Facebook, tem uma explicação pronta: “As pessoas mais velhas não gostam de se ver. Não se acham tão giras como as novas.”

Fonte: Público

Inovação: América Latina está receosa em adotar o Cloud Computing

Junho 11, 2011 by  
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Apenas 16% dos CIOs da região já adotaram alguma forma de Cloud Service, enquanto a média mundial é de 23%

Segundo o Gartner, empresa de pesquisa e aconselhamento de tecnologia, hoje o mercado global de TI gira em torno de U$ 820 bilhões e está mudando rapidamente por conta da popularização do cloud computing. O sourcing baseado na nuvem pode ser considerado uma das maiores tendências no mercado de tecnologia da informação nos próximos anos.

De acordo com a vice-presidente e chefe de pesquisas do Gartner, Linda Cohen, a computação em nuvem vai se tornar cada vez mais a plataforma preferida para qualquer negócio de TI. Porém a executiva destaca que a América Latina está atrás nessa inovação em relação ao resto do mundo; apenas 16% dos CIOs da região já adotaram alguma forma de Cloud Service, enquanto a média mundial é de 23%, e 59% deles não pretendem adotar esses serviços nos próximos três anos.

O analista Cassio Dryfuss avalia o outsourcing por meio de Cloud Services ainda como imaturo e cheio de perigos potenciais. “Este modelo apresenta grandes oportunidades e também desafios de gestão. As empresas precisam compreender as mudanças provocadas por ele e desenvolver estratégias realistas e as competências de gestão necessárias” completa.

Para amenizar essas preocupações dos CIOs, o Gartner criou nove termos para abrandar os riscos em contratos de Cloud:

1 – Garantias de funcionamento: Apesar da significativa criticidade dos negócios em certas aplicações na nuvem, os analistas do Gartner têm visto inúmeros contratos sem garantias de desempenho de níveis de serviço. Os negociadores devem estar cientes dos SLAs (Service Level Agreements) necessários e garantir que eles estão documentados contratualmente, de preferência com penalidades, se os níveis de desempenho acordados não forem alcançados.

2 – Penalidades para os SLAs: Para que os SLAs sejam usados para influenciar o comportamento dos prestadores de serviços, eles precisam ser acompanhados de multas financeiras.

3 – Cuidado com exclusões de penalidades para SLAs: Provedores de Cloud perceberam que precisam adicionar garantias e medidas de qualidade para os serviços que eles vendem na nuvem.  Para gerenciar os riscos, os fornecedores costumam colocar critérios rígidos de exclusão de penalidades em seus contratos. As empresas devem olhar atentamente para essas limitações ao direito de aplicação de multas.

4 – Segurança: Como parte da estratégia da terceirização na nuvem, os executivos responsáveis pela aquisição devem garantir que os níveis de segurança do provedor estejam no mesmo patamar.

5 – Continuidade nos negócios e recuperação de desastres: Contratos de Cloud Services raramente contêm cláusulas sobre recuperação de desastres. Isso precisa necessariamente ser abordado em contrato.

6 – Condições de privacidade de dados: Se o provedor está cumprindo os regulamentos de privacidade de dados pessoais em nome da organização, o cliente precisa ser explícito sobre seus requisitos específicos e analisar possíveis brechas.

7 – Suspensão de serviço: Alguns contratos prevêem que, se o atraso de pagamento for superior a 30 dias, o serviço pode ser suspenso pelo provedor. Isso da ao provedor um considerável poder de negociação em caso de qualquer controvérsia sobre o pagamento.

8 – Rescisão: Muitos contratos de nuvem permitem ao fornecedor rescindir o acordo com 30 dias de aviso por escrito, ou, pelo menos, no prazo de 30 dias da renovação. Os usuários devem negociar com o provedor uma antecedência de seis meses para um aviso de suspensão do serviço.

9 – Responsabilidades: A maioria dos contratos restringe qualquer responsabilidade ao máximo do valor das faturas nos últimos 12 meses. As organizações devem negociar uma proteção maior.

“Os serviços na nuvem fazem tanto sentido para os negócios que são inevitáveis, apesar das limitações atuais. Os CIOs que tiverem uma boa visão de negócios vão se movimentar rapidamente para adotar cloud, trazendo para suas empresas uma significativa vantagem competitiva” finaliza Dreyfuss.

Fonte: Meta Análise

Marketing: Empresas agora têm desafio de se adequar ao consumidor 3.0

Junho 11, 2011 by  
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As redes sociais representam um “enigma” que as empresas terão de desvendar se quiserem ter um relacionamento e interação positivos com os novos consumidores que fazem parte do universo social da web, ou seja, o consumidor 3.0. O momento representa um grande desafio para as empresas, que terão de alterar a estrutura organizacional para se adequar à nova era, segundo a visão de especialistas que participaram do Seminário Call Center IP + CRM.

Maurício Moreira, diretor de planejamento da TV1, atentou para o fato de que as redes sociais, com os números impressionantes que apresentam, estão impactando fortemente a forma de relacionamento entre empresas e consumidores. Segundo ele, por isso as empresas precisam estar presentes e disponíveis onde esses consumidores estão.

O executivo apontou que para as estratégias de redes sociais darem certo deve ocorrer uma intensa mudança dentro das organizações, com base em uma visão do consumidor 3.0. “Não é uma escolha estar ou não estar nas redes sociais. Isso é necessário, as empresas têm que entender que isso e uma extensão do relacionamento com seus consumidores”, completou. Moreira observou ainda que o consumidor 3.0 é colaborativo, opinativo e reivindicativo, além de organizado em torno de suas causas, manifestando tudo isso pelas redes sociais.

Para atender a essa demanda, disse ele, as empresas precisam ser espontâneas nas redes sociais, respondendo com bastante agilidade as interações dos consumidores e na mesma linguagem usada por eles. Além disso, elas devem ser convincentes nas suas estratégias de redes sociais e surpreendentes, saindo do lugar comum e trazendo algo diferente, que cause um impacto positivo no cliente, o engajando.

Já o professor da FIAP, Luiz Boanerges, enfatizou que para a empresa trabalhar a rede social, não pode mais entender o cliente de forma individual, mas com necessidades coletivas. “A rede social não é um fim, mas um meio. A importância do comportamento coletivo é um fato novo que deverá ser entendido e explorado pelas companhias”, disse ele, ressaltando que o desafio não está na tecnologia, mas em como atender a demanda das mídias sociais com eficácia e rapidez.

“As mídias sociais vão ajudar as empresas a identificar como está a sua imagem no mercado, o que está sendo dito sobre os seus negócios e a sua marca e de quem parte essas opiniões”, acrescentou. Boanerges mencionou também que implantar apenas ferramentas de redes sociais não vai garantir o sucesso, por isso, a forma como se trabalha com essas ferramentas e a habilidade de usá-las de maneira alinhada aos negócios é que garantirão o sucesso no uso de redes sociais. Ele ressaltou que as empresas estão tentando trabalhar as redes sociais de forma separada do CRM e que isso não agrega grande coisa. “É preciso integrar as informações de ambos os canais”, concluiu.

Fonte: TI Inside

Marketing: O que falta para o arranque africano?

Junho 11, 2011 by  
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A reunião anual do Banco Africano de Desenvolvimento, está a revelar-se um fórum de partilha de experiências e de estratégias. E, pelo peso dos participantes, demonstra como este é um continente com capacidade para ser o mercado emergente do futuro.

 

Aposta em programas de ensino superior, simplificação administrativa e mobilização de recursos financeiros internos: o desenvolvimento africano parece um caminho inevitável no futuro, mas há ainda muito a fazer para o “despertar” de um continente há muito prometido. Estas são as linhas essenciais que resultam das intervenções de ontem na reunião anual do Banco Africano de Desenvolvimento que decorre, esta semana, em Lisboa.

Empresários africanos defenderam que é vital para o desenvolvimento dos sectores privado e, em geral, das economias africanas, a mobilização dos recursos financeiros internos, pedindo que sejam aceleradas as reformas estruturais nesse sentido. “O nível de recursos que podemos mobilizar é enorme, tanto de africanos em África como de africanos espalhados pelo mundo”, garantiu o director-geral do Ecobank no Togo, Arnold Ekre, um dos oradores num fórum de alto nível integrado na reunião.

Esta constatação é feita com base na experiência do Ecobank, com presença em maior número de países africanos do que qualquer outro – actualmente 30, entre os quais Benin, Costa do Marfim, Níger, Burundi, Cabo Verde, Guiné-Bissau, República Centro Africana, São Tomé e Príncipe, Senegal, Quénia, Nigéria e Zimbabué.

“Quando olhamos para os mercados financeiros e de capitais fora de África vemos a dimensão dos activos africanos que ali existem. Temos de atrair esse capital para África”, concordou o director-geral do sul-africano JSE (Joanesburgo Stock Exchange).

Para a gestora da empresa ArcelorMittal, gigante mundial da área dos minerais, Nonkululeko Nyembeziheita, faltam reformas ao nível do enquadramento legal das diferentes actividades económicas e falta confiança nos bancos. “A maioria dos africanos não tem o seu dinheiro nos bancos. É preciso fazer com que as pessoas confiem mais”, afirmou.

Por seu lado, o presidente executivo da Galp Energia recomendou uma “simplificação dos processos de Governo e administrativos” nos países africanos para “reduzir a corrupção” e assim criar um espaço para que as empresas sejam mais eficientes e desenvolvam mais projectos.

“Se tivesse de investir em África, como entidade que apoia África, investiria na simplificação dos processos de governo e administrativos das sociedades. A partir daí, a corrupção reduz-se radicalmente e cria-se um espaço para a actuação das empresas muito mais eficiente, o risco dos países diminui, o custo de capital é mais baixo e os projectos são mais rentáveis”, disse Manuel Ferreira de Oliveira.

Ao longo da conferência, Ferreira de Oliveira usou sempre a palavra “burocracia” e, à saída, explicou porquê. “Eu não usei nunca a palavra corrupção, usei a palavra burocracia. E usei-a intencionalmente, porque penso genuinamente que a corrupção é uma consequência da burocracia. Se os governos africanos tiverem processos administrativos que facilitem a execução de projectos e a actividade das empresas privadas, a corrupção automaticamente reduz-se”, reiterou.

Quanto às necessidades energéticas de África, o responsável da Galp disse que o continente “precisa de políticas consistentes” e de uma visão ambiciosa, mas sem “esquecer os fundamentos da economia”.

“O que precisamos de ter, em África, são conceitos económicos básicos: não acreditar que o desenvolvimento se vai fazer com subsídios e apoios de instituições internacionais. Esse apoio é necessário e bem-vindo para os africanos, mas apenas para preencher uma lacuna temporal”, sublinhou Ferreira de Oliveira.

 

 

Previsibilidade

Por seu turno, o presidente executivo da Portugal Telecom considerou que os investimentos em telecomunicações em África cresceriam, caso os países africanos adoptassem uma política de desenvolvimento sectorial e regulamentações “previsíveis e progressistas”, à semelhança do que fez Portugal.

“Havendo uma política de desenvolvimento sectorial e uma regulação previsível que defenda o cidadão, e não só o consumidor, é possível fazer os investimentos [em países africanos]”, disse Zeinal Bava, à margem de um almoço de alto nível no âmbito da reunião anual do BAD.

O presidente da operadora de telecomunicações portuguesa deu como exemplo a atitude do regulador português ANACOM.

“Nós [PT] fizemos um investimento em Portugal na fibra óptica, num contexto sectorial onde fomos o único operador europeu que abraçou um projecto dessa dimensão e ambição, porque houve a visão do regulador ANACOM de ter um enquadramento regulatório que potenciasse o investimento”, recordou Zeinal Bava.

“Quando falamos de África, falamos exactamente da mesma coisa. É preciso ter políticas sectoriais de investimento – por isso se fala da chamada agenda digital – uma regulação previsível e progressista. Não podemos ficar reféns dos modelos do antigamente em que pensávamos no sector por tecnologias: ou fixo ou móvel”, acrescentou o presidente executivo da PT.

Existindo essa previsibilidade regulatória, reiterou, “vai haver investimento” em África, um continente com oportunidades nesta área nos próximos anos.

“Em África, até 2020, o número de casas vai crescer, previsivelmente, 70 milhões. África vai ter mais 300 milhões de consumidores. É uma grande oportunidade para empresas de consumo, e isto ao mesmo tempo que é necessário fazer grandes investimentos”, sublinhou Zeinal Bava.

 

 

Aposta fundamental na educação superior

África deve seguir o exemplo de Brasil, China e Índia, que investiram em programas de ensino superior para obter um crescimento sustentável, disse um responsável por uma instituição académica de desenvolvimento, no âmbito da reunião do BAD.

Romain Murenzi, director executivo da Academia de Ciências para o Mundo em Desenvolvimento (TWAS) – com sede em Itália -, falou durante um encontro sobre inovação no âmbito da reunião anual do Banco Africano de Desenvolvimento, onde considerou que “a inovação tecnológica é suficiente para manter o crescimento, mas para um crescimento sustentável, vendo o caso do Brasil, China e Índia, percebe-se bem que é necessário um programa massivo de ensino superior em África”.

Segundo o director da TWAS, é preciso criar, em África, um programa continental de pós-graduação (mestrados e doutoramentos) e os governos precisam dar prioridade ao ensino, sobretudo superior, para desenvolver o conhecimento e a inovação em todos os sectores.

“Oitenta por cento do crescimento vem da inovação e um dos pilares para a produção da inovação é o conhecimento, que cria valor, sendo as universidades e centros de investigação, pontos fulcrais para a criação deste conhecimento”, sublinhou Murenzi.

Em África, segundo o responsável, somente um em cada mil alunos do ensino superior segue a vida académica, fazendo com que haja poucos professores realmente habilitados no ensino superior que possam estimular a inovação entre os seus alunos.

Por seu lado, Frannie Léautier, secretária executiva da Fundação Africana para o Reforço de Capacitação (PAIDF), acredita que é realmente importante criar bons professores para que não só no ensino superior seja estimulada a criatividade, mas também entre as crianças, pois estas e os jovens são os mais criativos.

O presidente da Microsoft para África, Cheikh Modibo Diarra, acredita que, além da educação, as condições para a criação de inovação são um ambiente adequado de governação, cuidados básicos com a população, e que as empresas e governos assumam riscos para investir em projectos inovadores e no talento humano. Diarra disse ainda que, em África, existe uma burocracia excessiva, que os governos agem lentamente, o que prejudica a produção de inovação: “Colocam-se pessoas nos lugares em que não deveriam estar e atrapalha-se o bom desenvolvimento dos projectos”, referiu.

Fonte: Oje – o Jornal Económico

Inovação: Tecnologia de geolocalização ainda é questão polêmica

Junho 11, 2011 by  
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É final da manhã. O movimento intenso de carros marca a rotina do trânsito no bairro da Imbiribeira, no Recife. Ali, na Avenida Mascarenhas de Moraes, já perto de Afogados, um jovem de 24 anos encosta o carro no pé de uma ponte. É o prefeito. Ele coloca a mão no bolso, saca seu dispositivo móvel e faz um check-in. A partir de então, familiares, amigos e colegas de trabalho são informados, precisamente, da sua localização. O prefeito não é João da Costa e sim o webdesigner Dennis Calazans, responsável pela Ponte Motocolombó, no Foursquare.

Ele conta que a mania começou há alguns meses. Dennis percebeu que algumas pessoas escreviam no Twitter o local onde estavam. Começou a se perguntar o motivo. “Foi assim que descobri o que é geolocalização e conheci o Foursquare. A turma do meu trabalho brincava de disputar a prefeitura da empresa”, lembra.

A ferramenta, acessada através de smartphones e outros aparelhos móveis, trabalha o conceito de georreferência. Ao abrir o aplicativo, a pessoa pode buscar bares e cinemas, entre outros tipos de estabelecimentos, num raio de distância definido pelo usuário. Para sinalizar que o local está sendo visitado, é feito um check-in. Existe o recurso de postar comentários para tornar o ambiente virtual mais interativo. O status de prefeito de algum lugar é entregue para os mais participativos.

“Uso o Foursquare para encontrar amigos e lugares. Viajei para Fortaleza, neste ano, e procurei um bar num raio de cinco quilômetros. Observei os que eram mais bem avaliados e fiz minha escolha”, fala Dennis. O webdesigner ainda tem uma conta no Google Latitude, mas o acesso às informações ficou restrito à família. “Minha mãe e minha irmã ficavam preocupadas se eu cheguei no trabalho ou se aconteceu alguma coisa. Para evitar um monte de telefonemas, elas acompanham meu GPS pela web”, comenta.

Para Rafael Siqueira, diretor de tecnologia e co-fundador do site Apontador (www.apontador.com.br), a internet está se transformando e trazendo novas oportunidades para melhorar a vida das pessoas. “Oferecemos mais de 30 aplicativos diferentes para Android, BlackBerry, iPhone e Windows Mobile. Os mais acessados fornecem dados relacionados a trânsito, cinema e postos de combustível”, revela.
De acordo com o empresário, o site, criado em 2000, possui cerca de 12 milhões de visitantes únicos no mês e é um dos mais acessados no Brasil. Foram registrados mais de 850 mil downloads de apps diversos. “Você viaja, tira uma foto com o celular e faz upload dela com coordenadas geográficas e um mapa integrado. São muitas as possibilidades desta nova era”, observa.

Entrevista – O especialista em marketing Estevão Rizzo é proprietário do Foursquare Brasil, comunidade nacional que repercute novidades e tendências na rede social que ajudou a difundir a geolocalização. Desde a criação do Foursquare, em março de 2009, mais de 10 milhões de usuários no mundo inteiro passaram a usar o serviço. No Brasil, cerca de 200 mil pessoas já se registraram no site. Para Estevão Rizzo, o sucesso da rede social é provocado por recursos que a tornam parecida com um game que permite competições entre amigos.

Por que a geolocalização demorou a se expandir?
A tecnologia já existia para mobiles cinco anos atrás. O problema é que faltava popularizar o smartphone. Quando isso aconteceu, várias redes foram surgindo, como Google Wave, Apontador e Facebook Places. Só que o Foursquare foi o site que mais se consolidou em nível mundial.

O que provocou esse sucesso?
Acredito que o Foursquare tem vários diferenciais. Alguns recursos promovem mais interação e dinâmica entre os usuários e, ao mesmo tempo, tornam a rede divertida. Um exemplo são badges, medalhas que podem ser conquistadas em diferentes situações. Também tem o sistema de pontuação para cada atividade realizada no Foursquare. O usuário que mais visita um determinado lugar é eleito prefeito dele.

Como o Foursquare pode ajudar as pessoas?
Chamamos de check-in o ato de um usuário visitar um local e anunciar no Foursquare. Ninguém fica dando check-in em estabelecimentos ruins. Então, isso serve como um guia dos melhores lugares. Também tem a ferramenta de tips, que são dicas e comentários postados sobre um local. Certa vez, um sócio meu foi ao Rio de Janeiro e ia jantar num restaurante que era considerado excelente. Quando ele foi ver o Foursquare, tinha vários comentários negativos dizendo que a comida nem era tão boa assim e o preço não compensava. Ele desistiu de ir!

As empresas também saem ganhando?
Depende da empresa. Check-ins e comentários positivos são publicidade virtual, uma espécie de boca-a-boca na internet. Por outro lado, locais que recebem muitas críticas ficam queimados e podem perder clientes.

Qual o futuro da publicidade no Foursquare?
Percebemos que muitos usuários ativos começam a dar sinais de desgaste e reduzem sua participação na rede. As empresas devem apostar em desenvolver challenges, que são desafios. Sites de compra coletiva já fazem isso, mas a nossa mecânica é diferente. O primeiro usuário a dar check-in num café todos os dias da semana, por exemplo, poderia ganhar um brinde ou um desconto.

As pessoas vão perder a privacidade?
Toda ferramenta inovadora, mesmo quando traz benefícios, gera desconfiança. Aconteceu com o Twitter e, agora, a história se repete com as redes de geolocalização. Costumo dizer que é simples: você só informa o que quer que as pessoas saibam. Ninguém dá check-in em motel e escreve que está com a amante. Por outro lado, um político de um país europeu se deu mal porque a esposa dele estava acessando o Google Maps, que é uma imagem estática. Ao dar zoom, ela viu o carro do marido numa rua repleta de prostitutas! Se eu sair para determinado lugar e não escrever isso nas redes sociais, outra pessoa pode postar dizendo que me viu. Então, no ponto em que a internet chegou, se você quiser fazer algo escondido sem ninguém saber, não faça. É o único jeito.

Fonte: Diário do Pernambuco

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