Inovação: Vela usa tecnologia aeroespacial para ganhar competitividade

Agosto 2, 2011 by  
Filed under Notícias

Fibras de carbono e de kevlar compõem os materiais de última geração para a construção de barcos de competição.

Um é monocasco e fará a volta ao mundo a partir de 29 de Outubro, em Alicante, com paragem em Lisboa em Junho de 2012. O outro tem duplo casco e exibe-se brevemente em Cascais na primeira etapa da World Series da America’s Cup, entre 6 e 14 de Agosto. Os dois barcos utilizam tecnologia aeroespacial adaptada à vela e escolheram as águas portuguesas para fazerem os primeiros treinos.

O gigante Azzum – nome que indica “determinação” -, patrocinado pela Autoridade de Turismo de Abu Dhabi, tem como ‘skipper’ o britânico Ian Walker, medalhado com bronze nos Jogos Olímpicos de 1996 e 2000, quedescreve o monocasco como um “Fórmula 1 da vela. Tudo é tecnologia neste barco”. Logo a começar pelo peso de 14 toneladas, para um barco de 22 metros de comprimento, apenas possível pela utilização da fibra de carbono na estrutura do casco, mastro e convés. O experiente velejador ainda se lembra de, muito recentemente, os barcos desta categoria terem quase o dobro do peso. “O barco tem apenas um mês que saiu do estaleiro, em Itália, e portanto esta é a altura para testar todos os equipamentos”, conta o britânico.

O mastro, de 32 metros de altura, alberga uma vela de fibra de kevlar (fibra sintética muito resistente e leve), com uma área de 200 metros quadrados. Não admira a sua factura ser de 80 mil dólares (56 mil euros). “As velas são fabricadas nos EUA, concluídas no Reino Unido e enviadas para a nossa equipa”, explica Ian Walker. Vela de asa de avião no catamarã. No catamarã de 45 pés (13,72 metros) de comprimento, a vela rígida, idêntica a uma asa de avião, é uma novidade absoluta para as tripulações da World Series da America’s Cup. “É um desafio. É espantoso como acelera a velocidade dos barcos, mas ao mesmo tempo permite um grande controlo nas mudanças de direcção. Portanto, é muito eficiente”, assegura Chris Draper, ‘skipper’ do Team Coreia. A vela, construída com kevlar, é coberta por uma película de plástico fino e resistente.

Ao contrário do monocasco da Volvo Ocean Race, estes catamarãs pesam um décimo do seu peso (1,4 toneladas), com o recurso à fibra de carbono. Têm quase metade do comprimento, (13,72 metros) e entre os dois cascos existe uma rede por onde deslocam-se os cinco velejadores em todas as mudanças de direcção. A operação de colocar a vela de asa de avião em cima do catamarã é que pode tornar-se um quebra-cabeças, ainda para mais com o vento que se tem feito sentir na costa de Lisboa nas últimas semanas.

Dois “moinhos de café”, equipamentos circulares por onde passam as cordas para içar as velas, colocados em posição paralela, constituem os objectos de maior visibilidade no convés do monocasco do Team Abu Dhabi. O mesmo acontece nos catamarãs. A diferença é que nos levezinhos catamarãs os aparelhos encontram-se na horizontal e no monocasco estão bem vizíveis na vertical.

Nas tecnologias do monocasco há ainda a destacar “computadores com ‘software’ de navegação e GPS” utilizados por todas as equipas, respectivamente, para receberem informação sobre as condições meteorológicas e a sua localização. Em redor do mastro há menos cabos de sustentação das velas do que no passado, com o objectivo de assegurar maior fiabilidade e menor peso do barco. O custo de cada barco tem também diferenças de relevo: para navegar por oceanos é preciso pagar cinco a seis milhões por um barco e ter um orçamento entre 25 a 30 milhões de euros. Nas dez a 12 regatas da classe 45 da America’s Cup o custo do barco ronda 800 mil euros e a campanha anual de provas pode atingir dois milhões de euros.

Fonte: Económico



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